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"PÚBLICO"
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Estudo da Apifarma
Faltam medicamentos nas farmácias
devido à exportação paralela
A exportação paralela de medicamentos, que tem vindo a aumentar com as
sucessivas baixas dos preços, está a provocar “um desabastecimento real
do mercado nacional”, com especial destaque nos remédios para o sistema
nervoso central.
Esta é a principal conclusão de um estudo
encomendado pela Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica
(Apifarma) à consultora Deloitte, divulgado esta terça-feira, em Lisboa.
O
estudo revela que, só em 2011, e numa amostra de 126 medicamentos (305
apresentações), a exportação paralela ultrapassou os 73 milhões de
euros, o que representa 21% do total das exportações dos medicamentos
analisados.
Os principais destinos são a Alemanha, Holanda, Reino
Unido e países escandinavos onde, em média, “os preços chegam a ser o
dobro dos praticados em Portugal”.
A exportação paralela de
remédios é legal desde que não comprometa o abastecimento do mercado
nacional. Contudo, este estudo vem confirmar que armazenistas e
distribuidores portugueses estão a exportar cada vez mais paralelamente,
pois são os principais beneficiados com esta situação na medida em que
as “margens [de lucro] podem chegar a ser seis vezes superiores às
praticadas no mercado nacional”.
A Deloitte estima que a exportação paralela represente 3,5% das vendas dos armazenistas mas gere 20,2% da margem.
Os
resultados do estudo de mercado a 121 farmácias, 671 utentes e 81
médicos indicam que “nos últimos três meses, 45% dos utentes estiveram
expostos a problemas de (des)abastecimento”. Uma situação confirmada por
90% das farmácias que afirmam que “as falhas de abastecimento
aumentaram face ao ano anterior”.
Os médicos (pneumologistas,
clínicos gerais e psiquiatras) reportaram um total de 65 medicamentos
com falhas e 22% das farmácias têm falhas de uma insulina.
Os
medicamentos para o sistema nervoso central, grupo com um preço médio
mais elevado, “são os que apresentam maior número de falhas (50%) e
incluem os três medicamentos com mais falhas de abastecimento”, concluiu
ainda o estudo.
Apesar de a legislação prever coimas quando há
falhas no abastecimento, os responsáveis da Apifarma consideram que “não
são suficientemente dissuasoras” e por isso defendem a necessidade de
uma maior fiscalização e um agravamento dos valores das multas.
* Um verdadeiro exemplo da nobreza de atitude do tecido empresárial português; exportam medicamentos que escasseiam nas farmácias nacionais, nomeadamente os que os doentes de Parkinson estão carenciados.
Que dirá o sr António Saraiva de tão abnegado gesto, ele que acha o empresário português um modelo de virtudes, vítima de maldicência.
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