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HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"
"CORREIO DA MANHÃ"
Poucos doentes têm apoio à dor
Apenas 3% dos doentes com dor crónica têm acesso ao tratamento, alertou
ontem a médica Matilde Raposo, coordenadora da Clínica da Dor do
Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa, na apresentação do
‘Manual da Dor’, destinado a médicos e doentes.
Uma das razões para a falta de acesso ao tratamento
da dor deve-se, sublinhou a médica, a que "persistam mitos" acerca dos
opióides, como a morfina. "Ainda há a ideia que os doentes possam ganhar
dependência [da morfina] e por isso o acesso ao tratamento não é
fácil".
Luís Portela, fundador da Unidade da Dor
no IPO, afirmou haver "constrangimentos" ao tratamento e destacou a
dificuldade de implementação de unidades certificadas e de recrutamento
de pessoal com formação, acusando ainda a ausência de uma rede de
referenciação de doentes. Luís Portela alertou para o "risco" de os
opióides perderem a comparticipação do Estado, que é de 100%. A Unidade
da Dor do IPO tem dois médicos (um a tempo parcial), que em 2011 fizeram
600 primeiras consultas e 2800 de seguimento.
* O doente afectado com dor crónica é um sofredor a tempo inteiro, não vive um minuto sem dor, acorda estafado como se não tivesse dormido e enfrenta um novo dia em permanente sofrimento. Os médicos que dão apoio a estes doentes são, no bom sentido do termo, anjos da paz, pena haver tão poucos.
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