HOJE NO
"PÚBLICO"
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Barroso:
- Países sob assistência não podem
. desmantelar Estado social
O presidente da Comissão Europeia defendeu nesta quinta-feira, em
Bruxelas, que os Estados-membros, sobretudo aqueles sujeitos a programas
de condicionalidade económica da troika, como Portugal, devem melhorar a sua competitividade sem pôr em causa o Estado social.
José Manuel Durão Barroso, que falava na abertura de uma conferência de
dois dias sobre emprego, organizada pela Comissão Europeia, discorda dos
que defendem que, face aos desafios de competitividade que a Europa
enfrenta, deveria ser equacionado o modelo social e a economia social de
mercado.
“A Comissão discorda desta análise, precisamente porque
sabemos, e podemos vê-lo na prática, que alguns dos países mais
competitivos na Europa e do mundo são precisamente aqueles que são mais
activos em termos da Europa social que queremos construir”, disse.
Segundo Durão Barroso, “o que é necessário é adaptar o modelo social aos
novos desafios e constrangimentos”.
“Sim, temos realmente uma
tarefa importante no sentido de melhorar a nossa competitividade,
especificamente em alguns dos nossos Estados-membros, mas seria um erro,
de todos os pontos de vista, tentar desmantelar o Estado social, tentar
desmantelar os nossos modelos sociais, e isto é particularmente
importante para os países que estão sob programa e que agora sentem a
pressão dos constrangimentos económicos e orçamentais”, afirmou.
Conferência sobre políticas de emprego
Tendo
como base o pacote de propostas para o emprego apresentado pelo
executivo comunitário em Abril passado, a conferência sobre emprego que
decorre até sexta-feira em Bruxelas destina-se a discutir fórmulas para
criar políticas de emprego mais fortes, que impulsionem a criação de
postos de trabalho e um crescimento sustentável, com vista a estimular a
retoma económica e a combater a actual situação nos mercados de
trabalho.
Entre as centenas de participantes, especialistas em
assuntos laborais, contam-se o secretário de Estado do Emprego, Pedro
Silva Martins, que intervirá num painel sobre “o combate ao desemprego
nos países sob programa”, e a deputada Helena André, anterior ministra
do Trabalho, que participa num painel sobre ajustamento e estratégia em
termos salariais.
A conferência ocorre num momento em que se
continua a assistir a uma escalada do desemprego na Europa. De acordo
com os mais recentes dados do gabinete oficial de estatísticas da União
Europeia, o Eurostat, a taxa de desemprego fixou-se em Julho passado nos
11,3% na zona euro e nos 10,4% no conjunto da União Europeia, existindo
actualmente 25,254 milhões de pessoas desempregadas na UE, segundo os
critérios oficiais, 18 milhões das quais na zona euro.
Portugal,
com 15,7%, é o terceiro país da UE com uma taxa de desemprego mais
elevada, apenas atrás de Espanha (25,1%) e Grécia (23,1%), sendo também o
terceiro país com uma taxa mais elevada de desemprego entre os jovens,
que em Julho se fixou nos 36,4%, muito acima da média da zona euro
(22,6%) e da UE (22,5%).
“Combater o desemprego é o desafio mais
crítico do ponto de vista social” que a Europa actualmente enfrenta,
sublinhou Durão Barroso.
* Um perigoso esquerdista, ainda lhe correm no sangue algumas plaquetas MRPP.
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