22/07/2012

51 - ILUSTRES PORTUGUESES DE SEMPRE »»» josé hermano saraiva


José Hermano Saraiva (Leiria, 3 de Outubro de 1919 - Palmela, 20 de Julho de 2012) foi professor e historiador português. Ocupou o cargo de Ministro da Educação entre 1968 e 1970.

Biografia 
Terceiro filho de José Leonardo Venâncio Saraiva e de sua mulher Maria da Ressurreição Baptista, cresceu em Leiria, onde frequentou o Liceu Nacional. Posteriormente ingressou na Universidade de Lisboa, onde se licenciou em Ciências Histórico-Filosóficas, em 1941, e em Ciências Jurídicas, em 1942. 

Iniciou a sua vida profissional no ensino liceal, que acumulou com o exercício da advocacia. Foi professor e, seguidamente, director do Instituto de Assistência aos Menores, reitor do Liceu Nacional D. João de Castro, em Lisboa, e assistente do Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina (actual ISCSP). 

Envolvido na política, durante o Estado Novo, foi deputado à Assembleia Nacional, procurador à Câmara Corporativa e ministro da Educação. 
Durante o seu ministério, entre 1968 e 1970, enfrentou um dos momentos mais conturbados da oposição ao Salazarismo, com a Crise Académica de 1969. Quando deixou o Governo, substituído por José Veiga Simão, foi exercer o cargo de embaixador de Portugal no Brasil, entre 1972 e 1974. 

Com o advento da Democracia, José Hermano Saraiva tornou-se numa figura apreciada em Portugal, bem como junto das comunidades portuguesas no estrangeiro, pelos seus inúmeros programas televisivos sobre História de Portugal. 
Por esse mesmo motivo, tornou-se igualmente numa figura polémica, porque a sua visão da História tem sido, por vezes, questionada pelo meio académico.
 Voltou a leccionar, como professor convidado na Escola Superior de Polícia (atual Instituto Superior de Ciências Policiais e de Segurança Interna) e na Universidade Autónoma de Lisboa. 
Pela sua grande capacidade de comunicação, popularizou-se com programas televisivos sobre História e cultura. 

Foi membro da Academia das Ciências de Lisboa, da Academia Portuguesa da História e da Academia de Marinha, membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, no Brasil e Sócio Honorário do Movimento Internacional Lusófono. 

Recebeu a grã-cruz da Ordem da Instrução Pública, a grã-cruz da Ordem do Mérito do Trabalho e a comenda da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, em Portugal, e a Grã-Cruz da Ordem de Rio Branco do Brasil. 

Ficou classificado em 26º lugar entre os cem Grandes Portugueses, do concurso da RTP1. 
Foi o irmão do professor António José Saraiva e tio do jornalista José António Saraiva. 
Foi também sobrinho, pelo lado da mãe, de José Maria Hermano Baptista, militar centenário, (n. 1895 - m. 2002, viveu até aos 107 anos) o último veterano português sobrevivente, que combateu na Primeira Guerra Mundial. 

Casou com Maria de Lurdes de Bettencourt de Sá Nogueira, sobrinha-bisneta do 1.º Marquês de Sá da Bandeira, de quem tem cinco filhos. Morreu a 20 de Julho de 2012 aos seus 92 anos, em Palmela, onde residia.

Distinções especiais 
-Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública 
-Grã-Cruz da Ordem do Mérito do Trabalho 
-Comendador da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa 
-Grã-Cruz da Ordem de Rio Branco 
-Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique

OBRA

Orações académicas editadas pela Academia das Ciências de Lisboa 
-Testemunho Social e Condenação de Gil Vicente (1976); 
-A Revolução de Fernão Lopes (1977); 
-Elementos para uma nova biografia de Camões (1978); -Proposta de uma Cronologia para a lírica de Camões (1981-82): 
-Evocação de António Cândido (1988); 
-No Centenário de Simão Bolívar (1984); 
-A crise geral e a Aljubarrota de Froyssart (1988).

Trabalhos pedagógicos 
-Notas para uma didáctica assistencial (1964); 
-Aos Estudantes (1969); 
-Aspirações e contradições da Pedagogia contemporânea (1970); 
-A Pedagogia do Livro (1972); 
-O Futuro da Pedagogia (1974).                                           

Trabalhos jurídicos 
-O problema do Contrato (1949); 
-A revisão constitucional e a eleição do Chefe do Estado (1959); 
-Non-self-governing territories and The United Nation Charter (1960); 
-Lições de Introdução ao Direito (1962-63); 
-A Crise do Direito (1964); 
-Apostilha Crítica ao Projecto do Código Civil (1966); 
-A Lei e o Direito (1967).

Trabalhos históricos 
-Uma carta do Infante D. Henrique (1948); 
-As razões de um Centenário (1954); 
-História Concisa de Portugal (1978), trad. em espanhol, italiano, alemão, búlgaro e chinês; 
-História de Portugal, 3 Vols – Direcção e co-autoria (1981); -O Tempo e a Alma, 2 Vols (1986); 
-Breve História de Portugal (1996); Portugal – Os Últimos 100 anos (1996); 
-Portugal a Companion History (1997); 
-Para uma História do Povo Português Outras maneiras de ver (1979); 
-Vida Ignorada de Camões (1980); 
-Raiz madrugada (1981); 
-Ditos Portugueses dignos de memória (1994); 
-A memória das Cidades (1999).

Programas de televisão 
-Série: O Tempo e a Alma (RTP, 1972) 
-Série: Histórias que o Tempo Apagou (RTP, 1994) 
-Série: Lendas e Narrativas (RTP, 1995) 
-Série: Horizontes da Memória (RTP2, 1996) 
-Série: A Alma e a Gente (RTP2)

WIKIPEDIA

PARA RECORDAR

  


Programa "Fátima Campos Ferreira Entrevista José Hermano Saraiva" emitido em 20 de Julho de 2012 na RTP1. 
No dia do seu desaparecimento, a televisão pública homenageou o Professor Doutor José Hermano Saraiva, num programa conduzido por Fátima Campos Ferreira.

VOLTE SEMPRE PROFESSOR 


 .

2 comentários:

Anónimo disse...

Quanto vale ter sido ministro do fascismo. É-se elogiado...quanto a Helena Cidade Moura, nada na blogosfera. Pudera, não foi ministra de Salazar nem de Caetano. Não fez parte de nenhum governo que tivesse PIDE e CENSURA.
Só por conviver bem com estas entidades, Hermano merece elogios. Ponham o vídeo em que ele aparece em 1969 na TV a ameaçar os estudantes. Ou isso não interessa?

MAGDA PATOLÓGICA disse...

Compreendemos e respeitamos a sua indignação, o responsável desta inserção foi ele próprio "abordado" pela DGS tendo recebido alguns mimos.
Mas José Hermano Saraiva teve a arte, numa altura em predomina a cultura dos gadgets e "desacordo ortográfico" de pôr os portugueses a gostarem da sua própria história e a interessarem-se por ela.
Foi até ao fim da vida coerente com as suas posições políticas, ao contrário de muito democrata feito à pressa, capaz de assumir mais cores que um camaleão.
Todos os "Capitães de Abril" foram militares do Estado Novo, mais, foram todos voluntáriamente para a Academia a fim de se profissionalizarem, também conviveram com a PIDE e a censura e juraram fidelidade ao regime, tendo-o servido na famigerada guerra colonial,no entanto foram eles que nos devolveram a liberdade.
Por muito que alguns dos nossos "pensionistas" odeiem a ditadura, porque sofreram com ela, não estamos arrependidos da inserção que fizemos de José Hermano Saraiva, não ofendemos ninguém.