David de Jesus Mourão-Ferreira (24 de Fevereiro de 1927 — 16 de Junho de 1996)
Escritor e professor universitário português, natural de
Lisboa. Licenciou-se em Filologia Românica em 1951. Foi professor do
ensino técnico e do ensino liceal e, em 1957, iniciou a sua carreira de
professor universitário na Faculdade de Letras de Lisboa. Afastado desta
actividade entre 1963 e 1970, por motivos políticos, foi professor
catedrático convidado da mesma instituição a partir de 1990. Entretanto,
mantivera nos anos 60 programas culturais de rádio e televisão.
Do primeiro casamento, com Maria Eulália, sobrinha de Valentim de
Carvalho, teve dois filhos, David João e Adelaide Constança, que lhe
deram 11 netos.
ACTIVIDADE POLÍTICA E CULTURAL
Em 1963
foi eleito secretário-geral da Sociedade Portuguesa de Autores e, já
nos anos 80, presidente da Associação Portuguesa de Escritores.
Logo
após o 25 de Abril de 1974, foi director do jornal A Capital.
Secretário
de Estado da Cultura em vários governos entre 1976 e 1978, foi também
director-adjunto do jornal O Dia entre 1975 e 1976.
Responsável pelo
Serviço de Bibliotecas Itinerantes e Fixas da Fundação Calouste
Gulbenkian a partir de 1981, dirigiu, desde 1984, a revista
Colóquio/Letras, da mesma instituição.
A sua carreira literária teve início em 1945, com a publicação de alguns poemas na revista Seara Nova. Três anos mais tarde, ingressou no Teatro-Estúdio do Salitre e no Teatro da Rua da Fé. Publicou as peças Isolda (1948), Contrabando (1950) e O Irmão (1965).
Em 1950, foi um dos
co-fundadores da revista literária Távola Redonda, que se assumiu como
veículo de uma alternativa à literatura empenhada, de realismo social,
que então dominava o panorama cultural português, defendendo uma arte
autónoma.
Em 1950, publicou o seu primeiro volume de poesia — Secreta
Viagem.
David Mourão-Ferreira colaborou ainda nas revistas Graal
(1956-1957) e Vértice e em vários jornais, como o Diário Popular e O
Primeiro de Janeiro.
Foi poeta, romancista, crítico e ensaísta. A sua poesia caracteriza-se pelas presenças constantes da figura da mulher e do amor, e pela busca deste como forma de conhecimento, sendo considerado como um dos poetas do erotismo na literatura portuguesa.
Foi poeta, romancista, crítico e ensaísta. A sua poesia caracteriza-se pelas presenças constantes da figura da mulher e do amor, e pela busca deste como forma de conhecimento, sendo considerado como um dos poetas do erotismo na literatura portuguesa.
A vivência do tempo e
da memória são também constantes na sua obra, marcada, a nível do
estilo, por uma demanda permanente de equilíbrio, de que resulta uma
escrita tensa, e pela contenção da força lírica e sensível do poeta numa
linguagem rigorosa, trabalhada, de grande riqueza rítmica, melódica e
imagística, que fazem dele um clássico da modernidade.
Entre os seus livros de poesia encontram-se:
Entre os seus livros de poesia encontram-se:
-Tempestade de Verão
(1954, Prémio Delfim Guimarães),
-Os Quatro Cantos do Tempo (1958),
-In
Memoriam Memoriae (1962),
-Infinito Pessoal ou A Arte de Amar (1962),
-Do
Tempo ao Coração (1966),
-A Arte de Amar (1967, reunião de obras
anteriores),
-Lira de Bolso (1969),
-Cancioneiro de Natal (1971, Prémio
Nacional de Poesia), -Matura Idade (1973),
-Sonetos do Cativo (1974),
-As
Lições do Fogo (1976),
-Obra Poética (1980, inclui as obras À Guitarra e À
Viola e Órfico Ofício),
-Os Ramos e os Remos (1985),
-Obra Poética,
1948-1988 (1988) e
-Música de Cama (1994, antologia erótica com um livro
inédito).
Ensaísta notável, escreveu:
-Vinte Poetas Contemporâneos (1960),
-Motim
Literário (1962),
-Hospital das Letras (1966),
-Discurso Directo (1969),
-Tópicos de Crítica e de História Literária (1969),
-Sobre Viventes
(1976),
-Presença da «Presença» (1977),
-Lâmpadas no Escuro (1979),
-O
Essencial Sobre Vitorino Nemésio (1987),
-Nos Passos de Pessoa (1988,
-Prémio Jacinto do Prado Coelho),
-Marguerite Yourcenar: Retrato de Uma
Voz (1988),
-Estudos Sobre Autores de Língua
Portuguesa (1989), -Tópicos Recuperados (1992),
-Jogo de Espelhos (1993)
-Magia, Palavra, Corpo: Perspectiva da Cultura de Língua Portuguesa
(1989).
Na ficção narrativa, estreou-se em 1959 com as novelas de Gaivotas
em Terra (Prémio Ricardo Malheiros), os contos de Os Amantes (1968), e
ainda As Quatro Estações (1980, Prémio da Crítica da Associação
Internacional dos Críticos Literários),
Um Amor Feliz, romance que o
consagrou como ficcionista em 1986 e que lhe valeu vários prémios, entre
os quais o Grande Prémio de Romance da APE e o Prémio de Narrativa do
Pen Clube Português, e Duas Histórias de Lisboa (1987).
Deixou ainda traduções e uma gravação discográfica de poemas seus intitulada «Um Monumento de Palavras» (1996). Alguns dos seus textos foram adaptados à televisão e ao cinema, como, por exemplo, Aos Costumes Disse Nada, em que se baseou José Fonseca e Costa para filmar, em 1983, «Sem Sombra de Pecado».
David Mourão-Ferreira foi ainda autor de poemas
para fados, muitos deles celebrizados por Amália Rodrigues, tal como
«Madrugada de Alfama».
Recebeu, em 1996, o Prémio de Consagração de Carreira da Sociedade Portuguesa de Autores.
Recebeu, em 1996, o Prémio de Consagração de Carreira da Sociedade Portuguesa de Autores.
IN
- http://www.astormentas.com/biografia
- WIKIPÉDIA
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