13/05/2012

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Aviso solene de Luanda
Investimento em Portugal deixou de ser prioritário 
Ministro Manuel Vicente responde às reservas portuguesas à entrada de capital angolano em Portugal 

 É um aviso solene a Portugal. O investimento directo angolano em Portugal deixou de ser prioritário, disse esta semana em Luanda o ministro de Estado e da Coordenação Económica, Manuel Vicente. 
E forte golpe nas tentativas diplomáticas portuguesas de interessar o governo de Luanda nas privatizações previstas no Memorando da troika. A posição do ministro acontece num momento em que diversos sectores políticos e empresariais portugueses começam a manifestar reservas à presença de capitais angolanos em Portugal. Posições que não têm em conta a necessidade extrema de investimentos estrangeiros em Portugal e a total incapacidade dos empresários portugueses em os substituir. 

 A partir de agora, como referiu Manuel Vicente, “o Estado hoje tem outras prioridades. Estamos a olhar mais para os problemas internos que para os problemas externos”, acentuou Manuel Vicente, que falava numa conferência de imprensa para apresentação do balanço das actividades do executivo de Luanda no primeiro trimestre de 2012. A resposta de Manuel Vicente foi feita à pergunta se Angola iria participar no programa de privatizações previsto em Portugal nos sectores da comunicação e transportes, ou se a iniciativa ficaria do lado de empresários privados, como sucedeu nos últimos dias com a empresária Isabel dos Santos, ao comprar significativas posições na banca e telecomunicações em Portugal. “Os empresários privados são livres. Onde eles encontrarem oportunidades e virem que há, de facto, a criatividade e escala para investir, só nos resta, como governo apoiarmos essas iniciativas”, acrescentou. Manuel Vicente adiantou que agora, face à globalização da economia, importa não investir num único mercado. “O mundo hoje é uma aldeia global e, como se costuma dizer na gíria, não podemos colocar os ovos todos no mesmo cesto. 
As economias melhoram ou pioram em função dos locais, e temos que ter investimentos em várias paragens e, no fim, termos uma média que seja positiva e que possa garantir a sustentabilidade”, vincou. As palavras de Manuel Vicente deitam por terra os imensos esforços políticos e diplomáticos do governo português para atrair cada vez mais investimento angolano. E podem também afectar a presença de empresas portuguesas no espaço económico angolano.


 * A economia angolana pertence a muito poucos à custa da absoluta miséria de milhões. De cada vez que torcionários de Angola compram alguma coisa em Portugal estão a roubar descaradamente pão à boca de quem vive à míngua. Não esqueça, Luanda é a capital mais cara do mundo e só tem 9% de saneamento básico, na zona dos ricos pois claro.


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