03/04/2012

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HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"

Marcelo Rebelo de Sousa "descobre"
 que a CGD detém 6% da Brisa

Marcelo Rebelo de Sousa defendeu, ontem à noite, o financiamento da CGD à OPA do grupo Mello sobre a Brisa "se for na estrita e exacta medida da desalavancagem", através "da venda dos seus 6% na Brisa". Acontece que a CGD tem menos de 2% do capital da concessionária.
Ontem à noite, num jantar-tertúlia realizado em Espinho, o conselheiro de Estado, respondendo ao desafio de um empresário para dissertar sobre o alegado financiamento da CGD à OPA do grupo Mello sobre a Brisa, começou por reconhecer-se “muito crítico” em relação à actuação do banco nos últimos anos.

Considerou que a CGD “tem sido muito partidarizada, funcionando como um instrumento de política dos vários governos, já para não falar de ver financiada a guerra de poder no BCP”.

Já em relação ao envolvimento da CGD na OPA sobre a Brisa, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que, num primeiro momento, a sua primeira reacção foi: “Não há dinheiro e, de repente, há para esta operação?” Mas eis que o também comentador político descobriu que “há um cenário que pode explicar esta situação”.

“Há uma quebra brutal de tráfego nas auto-estradas, que piora de semana a semana e que leva as acções da Brisa a cair a pique. O problema é que a CGD tem 6% na Brisa”, enfatizou. E, assim, segundo o raciocínio de Marcelo Rebelo de Sousa, o banco está a acumular “menos-valias galopantes”, pelo que “há aqui, portanto, um problema de provisões”, que está a “cercear meios para financiar outras operações”.

“Ora, a CGD tem de encontrar capital, pois não pode usar o dinheiro da troika", afirmou, vendo o financiamento do banco público à OPA dos Mello sobre a Brisa como uma medida "para fazer uma retirada de capital para ela própria vender a sua posição" na concessionária rodoviária.

Marcelo Rebelo de Sousa concorda assim com a decisão da CGD na Brisa "se for na estrita e exacta medida da desalavancagem" do banco. Só há aqui um problema, professor: a CGD não tem uma participação qualificada (igual ou superior a 2%) na Brisa.


* Desde há muito que entendemos dever estar atentos ao que o professor diz, não por confiarmos nele mas para estarmos de alerta à sua verve venenosa, demagógica, interesseira e algumas vezes cobarde quando faz afirmações sobre terceiros sem estes terem hipóteses de se defenderem.
Ao dizer o que disse de Seguro esquece-se que ele próprio foi um líder transitório do PSD, políticamente um desastre e que bastou um espirro de Paulo Portas para o apear da cadeira. 
É conselheiro de Estado porque não há almoços grátis.
É de uma inteligência superior, de inesgotável capacidade de trabalho mas intelectualmete pouco sério. O erro dos 6% é menorizável.

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