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Greve. governo encosta à parede sindicato dos pilotos da TAP com crise do país
Sindicato diz que encontrou no governo interlocutor interessado em envolver os pilotos na privatização
O i sabe que os pilotos participaram numa reunião com a tutela, primeiro com o secretário de Estado do Emprego, Sérgio Monteiro, e depois com o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, antes de desconvocarem a primeira parte da sua greve de Dezembro.
Fontes próximas do processo confirmam que o sindicato “foi encostado à parede” com a situação da empresa e do país. O executivo não cedeu a nenhuma exigência relativa à entrada dos pilotos no capital da empresa. O governo terá dito que os pilotos se arriscam a negociar com os compradores da TAP em muito pior situação e sem nenhum espaço negocial, num momento em que o país, mas também o sector, vive uma crise profunda.
O i sabe que nas negociações entre a administração da TAP e os pilotos “foram identificadas” algumas matérias do acordo de empresa que motivam interpretações diversas entre as partes sobre a aplicação do mesmo. A empresa limitou-se a manifestar disponibilidade para um diálogo futuro sobre os pontos em discórdia nessas matérias ligadas a horários de trabalho.
Uma das exigências dos pilotos era que os trabalhadores pudessem assegurar o direito a uma fatia do capital da TAP no quadro da privatização da empresa. Os funcionários reclamam, desde que se fala na privatização, cerca de 20% da empresa. Nem governo nem TAP parecem dispostos a ceder nesta matéria. Apesar disso, o sindicato já recuou uma vez na convocação da greve.
Os pilotos da TAP afirmam que já contribuíram com mais de 400 milhões de euros para as contas da transportadora desde que, em 1999, assinaram um acordo que garantia uma participação na empresa, segundo as contas do sindicato dos pilotos.
O argumento para desconvocar a primeira fase da paralisação está expresso no comunicado do sindicato em que este garante que “o SPAC encontrou um interlocutor sério” no governo. A justificação para desconvocar uma greve parece curta.
Relativamente ao segundo período da paralisação, a TAP disse ao i que se mantém na expectativa de que a greve dos pilotos marcada para os dias 3, 4, 5 e 6 de Janeiro de 2012 será desconvocada na assembleia- -geral dos pilotos marcada para sexta-feira, segundo o porta-voz da companhia.
Interrogado sobre os fundamentos dessa expectativa, António Monteiro sustentou que a mesma “se baseia no comunicado distribuído pelo SPAC após a desconvocação da primeira parte da paralisação”.
“O comunicado dá-nos a expectativa de que o sindicato, de acordo com os seus mecanismos de funcionamento, tenha necessidade de realizar esta assembleia geral, mas que a greve será levantada”, declarou ao i o porta-voz da transportadora aérea nacional.
O assessor do SPAC, Luís Rosendo, escusou-se a tecer qualquer comentário antes da assembleia geral e remeteu para o comunicado entretanto emitido pelo SPAC.
O sindicato justificou, em comunicado, o cancelamento afirmando que obteve “as garantias suficientes para que o acordo de empresa seja cumprido” e de que “haverá a recuperação de um clima laboral saudável, através da equidade no tratamento entre pilotos e chefias”.
Os pilotos da companhia contestam ainda os aumentos efectuados em Janeiro último nos subsídios de funções em terra de 15 cargos de chefia. A última greve da TAP durou dois dias e decorreu em Setembro de 2009.
* Os pilotos compram parte da TAP com dinheiro vivo ou com dinheiro virtual "negociado" manhosamente com governantes anteriores? Se tem de se vender a TAP é com dinheiro à vista, chega de habilidades e sobrancerias dos motoristas de aeronaves.
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