16/11/2011



HOJE NO
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Troika contradiz Gaspar.
300 milhões de euros 
a mais em comissões
Governo anunciou que vai pagar cerca de 700 milhões 
em comissões pelo programa de ajustamento. 
A troika diz que número é “exagerado”

A troika considera “exagerado” o valor que o governo prevê pagar em comissões pelo programa de assistência financeira. Numa reunião com os deputados da comissão parlamentar que acompanha a aplicação do programa, os representantes da Comissão Europeia (CE), do FMI e do Banco Central Europeu (BCE) foram confrontados pelo PCP com o facto de estar previsto o pagamento de uma verba de cerca de 700 milhões de euros para comissões durante os próximos quatro anos. Na resposta, os membros da troika garantiram que “desconhecem tal valor” e que o consideram “exagerado”.

O deputado do PCP Miguel Tiago revelou que, de acordo com estes responsáveis, é usual neste tipo de programas o valor dos juros ser “inferior a meio ponto percentual do empréstimo”. No caso português, corresponde a cerca de 400 milhões de euros, ou seja, quase mais 300 milhões do que a verba anunciada pelo governo.

O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, revelou no parlamento, há umas semanas, que, além dos juros, o país pagaria em comissões quase 700 milhões de euros. A maior verba – 385 milhões – será paga já este ano. Em 2012, o governo prevê pagar 211 milhões e mais de 100 milhões repartidos entre 2013 e 2014.

Miguel Tiago diz que essa verba serviu para “justificar o tal desvio colossal” e teme que o executivo esteja a fazer “um malabarismo orçamental”, alinhando assim na tese do PS, que defende que há uma almofada financeira no OE causada também por uma sobreorçamentação dos juros a pagar à troika.

Ajustamentos Na reunião com os deputados, a troika deixou a porta aberta a alterações ao Memorando devido às mudanças na conjuntura económica. Para os responsáveis do BCE, do FMI e da CE, a crise europeia não é apenas da periferia mas sim da Europa e as alterações nunca poderão ser feitas devido a falhas do governo. A maioria não adiantou que tipo de ajustamentos estão em causa, mas o primeiro-ministro já tinha admitido a necessidade de garantir o financiamento à economia.

Ao i, o deputado do CDS, Adolfo Mesquita Nunes, disse apenas que as mudanças não deverão trazer mais austeridade: “A troika confirmou que o Orçamento é adequado e por isso não creio que tenha a ver com mais austeridade, mas com a reacção da economia à crise.” Para o deputado, os ajustamentos poderão alterar a calendarização, antecipando ou adiando medidas.

À tarde, a equipa da troika reuniu-se com António José Seguro na sede do PS. No final do encontro, que durou pouco mais de uma hora, Eurico Dias, do secretariado do PS, disse apenas que os socialistas defenderam “a necessidade óbvia de ajustamento do programa” e alertaram que “o regresso de Portugal aos mercados parece cada vez mais difícil a curto prazo”.

O PS recusou esclarecer se houve abertura às propostas apresentadas por Seguro, embora tenha feito sentir aos representantes da CE, do FMI e do BCE a necessidade de o OE “reflectir mais equidade na distribuição dos sacrifícios”. Contudo, na reunião com os deputados, os representantes da troika terão dito que, apesar de uma medida como o corte nos salários ser uma medida de “fim de linha”, tornou-se incontornável.


* Não desconfiando da seriedade do Ministro das Finanças, será que alguém anda a baralhar números para confundir o cidadão???


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