Famílias portuguesas
cada vez mais carenciadas
Cáritas Portuguesa revelou que há uma média mensal de 516 novas famílias carenciadas a pedir ajuda à instituição
Desde o início do ano, a Cáritas Portuguesa atendeu 28 mil famílias, "o que significa dizer que todos os meses, em média, três mil famílias vieram bater-nos à porta", sublinhou Eugénio da Fonseca. Baixos rendimentos, desemprego e habitação são as três grandes preocupações das pessoas que surgem a pedir ajuda.
"Muitas, apesar de se manterem empregadas", estão neste momento confrontadas "com o aumento de despesas e a diminuição dos rendimentos", explica Eugénio da Fonseca, dando o exemplo de funcionários públicos, pensionistas e daquelas pessoas que acabaram por perder o direito ao Rendimento Social de Inserção.
O desemprego e a precariedade dos trabalhos "é outro dos dramas", disse o presidente da Cáritas à margem do Conselho Geral que se reuniu este fim-de-semana, em Fátima, para debater a evolução dos atendimentos sociais, bem como a situação social e económica do País.
"Quando começarmos a gerar empregos, estou convencido de que muitas destas pessoas não voltarão a ter trabalho, porque os empregos que vão surgir estarão ligados às novas tecnologias", alertou o responsável da instituição, realçando a necessidade de se começar a trabalhar o quanto antes na reconversão de qualificações nas faixas etárias mais elevadas.
A habitação é o terceiro motivo que leva as famílias a pedirem ajuda à Cáritas. Por um lado, as Cáritas Diocesanas são cada vez mais confrontadas "com as pessoas que deixam de pagar rendas e vão viver para casa dos pais", por outro, "com as famílias que deixam de ter condições para pagar os empréstimos" da habitação.
"Outras chegam ao banco, entregam chaves e escrituras que fizeram e dizem que já não têm nada a ver com aquilo", mas "é preciso explicar-lhes que não é por entregarem a chave que deixam de ter a dívida", defendeu Eugénio da Fonseca.
* É grande o desespero
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