31/07/2011

34 - ILUSTRES PORTUGUESES DE SEMPRE »»» pero vaz de caminha

Não se sabe ao certo quando e onde Pero Vaz de Caminha nasceu. Não existem documentos da época a esse respeito. Supõe-se, porém, que seu nascimento tenha ocorrido em 1450. Seria natural do Porto, uma cidade evidentemente portuária, a noroeste da Península Ibérica, de grande importância entre os séculos 13 e 16. Nela, Pero Vaz teria se criado e passado a maior parte da vida.

Filho de Vasco Fernandes Caminha, fidalgo e escrivão ligado aos empreendimentos ultramarinos, deve ter sido educado pelo pai, que o orientou a seguir a mesma profissão que a sua. A partir da análise da "Carta do Achamento do Brasil", os estudiosos presumem que Pero Vaz tivesse uma formação cultural sólida, de acordo com os padrões da época, já que o texto demonstra erudição e estilo.

Possivelmente, como outros cidadãos do Porto, Caminha também participou da guerra contra Castela, promovida pelo rei Afonso 5o em 1476. O soberano luso visava anexar aquele reino a Portugal. Foi, porém, derrotado pelas tropas castelhanas na batalha de Toro, naquele mesmo ano.

De qualquer modo, devido à participação nos combates, Caminha foi nomeado Mestre da Balança da Casa da Moeda, um cargo equivalente ao de escrivão e tesoureiro. Segundo outras fontes, teria herdado esse posto, uma vez que era comum a transmissão de cargos de pai para filho naquela época.

Caminha também foi eleito vereador em sua cidade, em 1497, com a missão de redigir os capítulos da Câmara do Porto, uma espécie de constituição local a ser apresentada à Corte, em Lisboa.

Caminha foi casado e pai de uma filha, Isabel de Caminha, que se uniu a um certo Jorge Osório, homem violento que acabou condenado ao exílio na África pela prática de assalto a mão armada. É por ele que o escrivão intercede, ao final da célebre Carta, pedindo ao rei que lhe mande o genro de volta a Portugal.

Nada mais se sabe sobre Pero Vaz de Caminha até sua nomeação para o cargo de escrivão da armada de Cabral, aos cinqüenta anos. Também não se conhecem ao certo as circunstâncias em que ela ocorreu. Mas não há dúvida de que o cargo revela prestígio e confiança junto à Corte portuguesa.

Caminha exerceu a função durante a viagem, mas devia depois fixar-se na Índia, como escrivão da feitoria portuguesa em Calecute, que talvez se tornasse um dos mais lucrativos entrepostos no Oriente. Nem isso aconteceu, nem o escrivão da armada chegou a ocupar o cargo. Diante da hostilidade dos habitantes de Calecute à sua frota, Cabral reagiu com grande violência. Invadiu a cidade e massacrou sua população.

Os indianos enfrentaram os portugueses, matando vários deles, entre os quais, o escrivão Pero Vaz de Caminha, que morreu em combate, em Dezembro de 1500.

IN "UOL EDUCAÇÃO"

Caminha eternizou-se como o autor da carta, datada de 1 de Maio, ao soberano, um dos três únicos testemunhos desse achamento (os outros dois são a Relação do Piloto Anônimo e a Carta do Mestre João Faras).


Mais conhecido dentre os três, a Carta de Pero Vaz de Caminha é considerada a certidão de nascimento do Brasil embora, dado o segredo com que Portugal sempre envolveu relatos sobre sua descoberta, só fosse publicada no século XIX, pelo Padre Manuel Aires de Casal em sua "Corografia Brasílica", Imprensa Régia, Rio de Janeiro, 1817. O texto de Mestre João demoraria mais ainda: veio à luz em 1843 na Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e isso graças aos esforços do historiador Francisco Adolfo de Varnhagen.


Participantes da expedição que descobriu o Brasil

Citados diretamente na carta
1. Pedro Álvares Cabral (comandante da frota de 13 navios)
2. Vasco de Ataíde (comandante)
3. Nicolau Coelho (comandante)
4. Sancho de Tovar (comandante)
5. Simão de Miranda (comandante)
6. Aires Correia (comandante, feitor geral)
7. Bartolomeu Dias (comandante)
8. Diogo Dias (comandante)
9. Aires Gomes (comandante)
10. Afonso Lopes (piloto)
11. Pêro Escobar (piloto)
12. Henrique de Coimbra (frei)
13. Afonso Ribeiro (degredado)

 Participantes subentendidos
1. Gaspar de Lemos (comandante) - Retornou a Portugal com a carta. Partiu dia 2 de maio
2. Nuno Leitão da Cunha (comandante da caravela Anunciada)
3. Pero de Ataíde (comandante do navio São Pedro)
4. Luís Pires (comandante)
5. Simão de Pina (comandante)

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