ILHAVO
Distrito: AVEIRO
A cidade de Ílhavo é sede de um município com 75,05 km² de área e 41 271 habitantes (2008), subdividido em 4 freguesias. O município é dividido em três por braços da Ria de Aveiro e é limitado a norte e nordeste pelo município de Aveiro (limite terrestre a noroeste e através da ria a norte) e a sul por Vagos.
O concelho recebeu foral de D. Dinis em 13 de Outubro de 1296, tendo sido elevado a cidade em 9 de Agosto de 1990.
A cidade é famosa pela sua indústria de porcelana Vista Alegre. O município de Ílhavo engloba duas cidades: Gafanha da Nazaré e Ílhavo. No concelho de Ílhavo, na localidade da Barra, existe o Farol da Barra, o mais alto dos 48 faróis marítimos de Portugal. O Farol e praia da Barra fazem parte da freguesia de Gafanha da Nazaré. Já a Costa Nova do Prado integram a freguesia da Gafanha da Encarnação. A praia da Costa Nova do Prado é também um dos locais de excelência do município, sendo de visita obrigatória por quem passa na zona. As casas típicas desta praia (designadas por Palheiros), caracterizam-se por fachadas (originalmente em madeira, na actualidade em betão), listadas com cores vivas e alegres, alternadas com a cor branca. A cidade de Ílhavo é também conhecida pelo famoso Pão de Vale de Ilhavo, confeccionado de forma artesanal e cosido em forno a lenha. O Pão de Vale de Ílhavo tem a Pada com forma mais conhecida, mas também existe o Folar ou Pão Doce (com ou sem ovos) comercializado nas alturas da Páscoa.
Ílhavo está profundamente ligada à pesca do bacalhau; com efeito, durante todo o século XX, a maioria dos capitães que faziam companhas de longo curso eram originários da, então, vila de Ílhavo. Igualmente oriundos das localidades vizinhas foram muitos dos pescadores.
Esta, e outras ligações, de Ílhavo com o mar podem ser vistas no Museu Maritímo de Ílhavo, que para além do edificío, tem o único arrastão lateral de pesca do bacalhau sobrevivente. O navio faz parte integrante do Museu e alberga exposições temporárias.
HISTÓRIA
Certos vestígios arqueológicos tornam plausível a hipótese de ter existido, num dos extremos da povoação (no local da Malhada), um povoado romanizado. A referência documental mais antiga remonta aos anos de 1037 a 1065, e encontra-se no cartulário do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, designado por Livro Preto da Sé de Coimbra, vindo mencionada a doação de Recemondo ao Mosteiro da Vacariça, em meados do século XI, um ano depois da tomada definitiva de Coimbra, parecendo dever concluir-se que tanto os direitos como a terra remontam à primeira Reconquista Cristã, sendo já referida como Vila, “(…) in villa iliauo (...)", constituindo uma unidade rural.
Muitos houve que acreditaram que Ílhavo deve a sua origem a colónias pelágicas, fenícias, ítalo-gregas, nada havendo que se possa provar, embora “(…) segundo a tradição, pelos anos de 1372 a.C., Baco, filho de Semele, acompanhado de muitos gregos, aportou à Lusitânea, e relacionando-se com os povos daquela região, deu-lhes para rei Lysias.” Foi provavelmente por aquela época, ou pouco depois, que uma colónia de gregos, da formosa raça pelágica, entrou pela foz do Vouga e se estabeleceu nas suas margens. Dessa colónia procedem, embora já muito cruzados com outras raças, os ilhavenses, que ainda hoje conservam o tipo gracioso e elegante daquela formosa raça.” Ainda no século XI, 1088, o Conde Sesnando faz doação da Ermida de S. Cristóvão ao presbítero Rodrigo, que por sua vez, em 1095 a dá de doação à Sé de Coimbra. Os Forais Já no século XIII, D. Dinis encontra Ílhavo bem povoado, concedendo-lhe, a 13 de Outubro de 1296, o seu primeiro foral, dando-lhe várias regalias expressas na Carta Régia. A 8 de Março de 1514, D. Manuel I, no âmbito da reforma dos forais iniciada pela carta régia de 22 de Novembro de 1497, concede-lhe foral novo; foral este que viria a reger a vida concelhia até à lei de Mousinho da Silveira, de 13 de Agosto de 1832, que em todo o país extingue os forais e anulou as doações Régias. Terra reguenga, a sua jurisdição passou por vários donatários, vindo a fixar-se ainda no reinado de D. Manuel I na família dos Borges Pereira de Miranda, mantendo-se na sua posse até 1854, ano em que faleceu o Conde de Carvalhais, seu último donatário. O Concelho de Ílhavo foi criado pelos decretos de 09 de Novembro e 31 de Dezembro de 1836. Em 21 de Novembro de 1895, para grande surpresa e descontentamento dos ilhavenses, o concelho era suprimido e anexado ao de Aveiro, mas passados três anos, o mesmo era restaurado e era-lhe devolvida a sua antiga autonomia, tendo sido celebrada entusiasticamente pelos Ilhavenses, a 31 de Dezembro de 1898. Elevação a Cidade E passado quase um século da restauração do seu poder concelhio, a Vila de Ílhavo vê-se elevada a Cidade, a 13 de Julho de 1990, fruto do desenvolvi mento socio-económico e crescimento urbano.A Vila da Gafanha da Nazaré segue-lhe o exemplo e é elevada a Cidade a 19 de Abril de 2001. Concelho desde sempre dedicado ao mar, cedo as suas gentes descobriram a sobrevivência económica através dele. A criação de pequenas comunidades piscatórias ao longo do litoral português, são sinónimo da sua forte vivência com o mar. O Grande Desafio - O Futuro A pesca do bacalhau e toda a sua epopeia vivida nos mares frios da Gronelândia e da Terra Nova, está presente na memória colectiva, sendo um património dos portugueses, onde os pescadores e capitães desta terra foram baluartes. Paralelamente à existência de uma agricultura intensiva (pois eram estas terras as melhores do Baixo Vouga), nascia nos finais do século XIX, a Fábrica de Porcelana da Vista Alegre, que pela sua dimensão na época e influência cultural exercida, foi um factor de forte desenvolvimento do concelho, bem como de zonas limítrofes. A localização privilegiada e a vocação marítima, propiciou o aparecimento de zonas portuárias, particularmente de pesca longínqua, com todas as actividades de construção e reparação naval, bem como indústrias de secagem e de frio, que foram um factor marcante no desenvolvimento económico e social. Ao longo das últimas duas décadas do Século XX, Ílhavo sofreu profundas mutações sociais, culturais e económicas, que ficaram a dever-se à diminuição da oferta de emprego no sector das pescas, obrigando as gentes Ilhavenses , que quase nasciam com o destino marcado no mar, a virar-se para outras actividades, ligadas ao comércio marítimo e a outros sectores, nomeadamente a indústria. Também a construção do Porto de Aveiro com as suas instalações centradas no nosso concelho, bem como a construção da IP5/A25 que liga as belas praias da Costa Nova e Barra ao interior do país e à fronteira, e a implantação de duas zonas industriais no Município, a zona industrial da Mota e a zona industrial das Ervosas, vieram propiciar novas condições de dinamização económica, com predominância nos sectores industriais e no turismo. |
Rede Municipal de Trilhos Ambientais e Ciclovias | |||||
O importante Património Natural que está subjacente ao Concelho de Ílhavo tem potencial para constituir um pólo de sensibilização e educação ambiental para os valores da Conservação da Natureza. É com esse objectivo que foi criada a Rede Municipal de Trilhos Pedestres («Entre a Ria e o Mar», «Costa Nova», «Entre a Ria e a Floresta», «Rota das Padeiras» e «Cidade de Ílhavo»), a qual permitirá a visitação e a descoberta de valores naturais de forma sustentada, bem como a importante continuidade que daremos à infraestruturação da rede municipal de ciclovias, cada vez mais abrangente no espaço e nos ciclistas. O Concelho de Ílhavo reúne de facto condições naturais multifacetadas de elevado valor ambiental. Uma das características mais singulares do Património Natural do Concelho é a elevada diversidade de habitats que resulta da associação única e privilegiada com a Ria de Aveiro e o Mar. É desta envolvência que resultam importantes pólos de riqueza faunística, destacando-se várias espécies de aves de interesse comunitário, bem como elevados sistemas naturais e/ou naturalizados de grande valor para a Conservação da Natureza. Este facto determinou a integração de parte do Concelho de Ílhavo em Zona de Protecção Especial (ZPE), sendo que nesta qualidade a Ria de Aveiro integra a Rede de Sítios Natura 2000.
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Navio Museu Santo André | ||
O Arrastão Santo André, que tantas viagens realizou à pesca do Bacalhau, abriu ao público como Navio-Museu e Pólo do Museu Marítimo de Ílhavo, no dia 23 de Agosto de 2001, com a inauguração da exposição "Terra Nova - Terra do Bacalhau". Para que conheça melhor este Navio, contamos-lhe um pouco da sua história. O arrastão do bacalhau – arrasto lateral – Santo André, foi construído em DEEST na Holanda, no ano de 1948, para o Armador Português Empresa de Pesca de Aveiro e, foi registado na Capitania do Porto de Aveiro em 1949, com o n.º A-2309-N Principais características: - comprimento total – 71,40 m - boca máxima – 11,00 m - pontal – 6,00 m - motor propulsor Verkspoor – 1700HP - capacidade inicial dos porões – 20.000 quintais - construção em aço Fez a primeira viagem aos mares da Terra Nova em 1949, comandado pelo Capitão Ilhavense José Pereira Bela, e a última à Noruega em 1997, pelo Capitão Manuel Silva Santos. Em Maio de 1974 foi vendido à Empresa Ilhavense Tavares Mascarenhas Neves & Vaz, Ld.ª e manteve-se ao serviço deste Armador até Fevereiro de 1990. Em Março de 2000, foi vendido à empresa António do Lago Cerqueira, Ld.ª detentora de participação de Pescas Tavares Mascarenhas, S.A., que no dia 04 de Julho de 2000 assina protocolo de doação à Câmara Municipal de Ílhavo, sob a lei do Mecenato Cultural. Ao longo de quase 50 anos foi arrastão salgador, congelador, pesca com redes de emalhar, operando nos mares da Terra Nova, Angola e Gronelândia. É, actualmente, um Navio Museu, como pólo do Museu Marítimo de Ílhavo, perpetuando ao longo dos tempos a memória da Pesca do Bacalhau nos mares do Norte, estando disponível para ser apreciado e visitado no Jardim Oudinot (Forte da Barra) na Gafanha da Nazaré. |
Museu da Vista Alegre |
Situado no terreno da fábrica de porcelanas com o mesmo nome, o museu da Vista Alegre expõe o registo da evolução no fabrico da porcelana portuguesa. Inaugurado no ano de 1947, tem patente ao público uma vasta gama de magníficos exemplares da porcelana decorativa e doméstica. O visitante é convidado a entrar no mundo dos primeiros vidros fabricados, nas peças únicas dos finais da monarquia portuguesa, nas peças comemorativas de datas assinaláveis, e nas diversas decorações executadas ao longo destes 176 anos de fábrica. Anexo à Fábrica-Mãe do Grupo Vista Alegre, o museu constitui por si só um bom motivo para visitar o lugar da Vista Alegre, com a possibilidade de aquisição de porcelana na loja anexa, ou simplesmente, uma visita à memória viva do complexo social da Vista Alegre, um dos primeiros do país. Contacto: Museu da Vista Alegre Tel. ++ 351 234 320 600 Fax: ++ 351 234 320 782 centro.visitas.va@vaa.pt Horário do Museu: De Terça-feira a Sexta-feira 09h00 – 18h00 Sábado e Domingo 09h00 – 12h30 ~ 14h00 – 17h00 Encerra às Segundas e nos seguintes feriados: - 1 de Janeiro - Sexta-feira Santa - Domingo de Páscoa - 1 de Maio - 25 de Dezembro |
Museu Marítimo de Ílhavo | ||||
O Museu Marítimo de Ílhavo nasceu a 8 Agosto de 1937. Lugar da memória dos ilhavenses que o criaram, o Museu começou por assumir uma vocação etnográfica e regional. Foi e é testemunho da forte ligação dos ílhavos ao mar e à Ria de Aveiro. A “faina maior” (a pesca do bacalhau à linha com dóris de um só homem) nos mares da Terra Nova e da Gronelândia e as fainas agro-marítimas da Ria são as referências identitárias do Museu. A cada um dos temas corresponde uma exposição permanente que oferece ao visitante a possibilidade de reencontrar inúmeros vestígios de um passado ainda recente. Na Sala dos Mares, a terceira exposição permanente do Museu, mostra-se uma rica colecção de instrumentos náuticos e miniaturas de embarcações de outros tempos. Além da riqueza das suas colecções e exposições, o edifício onde hoje habita o Museu Marítimo de Ílhavo, inaugurado a 21 de Outubro de 2001, é só por si uma obra de arte pública. É um belo exemplar de arquitectura moderna, num preto e branco bem conjugado com a volumetria dos espaços. Visitar o Museu Marítimo de Ílhavo é embarcar numa aventura dos sentidos; conhecimento e lazer. Condições técnicas: Auditório com capacidade para 180 pessoas sentadas; Biblioteca; Horário:Terça-feira a Sexta-feira 09h30 ~ 18h00 Sábado e Domingo 14h00 ~ 18h00 Responsável: Dr. Álvaro Garrido |
ARTESANATO
Falar de artesanato no Concelho que tem por lema O Mar por Tradição é realçar a importância que tem para a sua população tudo o que se relacione com as artes marítimas. Sendo o artesanato uma forma de expressão intemporal e que define a alma de um povo, deixamos-lhe uma pequena amostra do que poderá admirar.
Com uma larga tradição na cerâmica e na porcelana, devido à implantação da Fábrica Vista Alegre no ano de 1824 naquela localidade do Concelho, existe uma grande quantidade de pequenos ateliers de pintura à mão em porcelana. Estes artesãos adquirem a porcelana branca e fazem pequenas maravilhas decorativas.
A sua principal incidência geográfica...
Artes marítimas
Depois de dedicarem uma vida inteira à faina marítima, os reformados da vida do mar dedicam-se a realizar verdadeiras miniaturas de barcos em madeira. O trabalho em madeira vai moldando pouco a pouco os cascos, os mastros e os diversos lugares de verdadeiros lugres de outrora, evidenciando uma memória colectiva de um povo que nasceu e viveu para o Mar...
Os registos de santos, o trabalho do barro em formas caricaturadas, a pintura em azulejos e painéis, os nós de marinheiro e, em desuso, os arranjos florais em escamas de peixe, são artes que poderá encontrar no Concelho de Ílhavo.
Tem sido preocupação da Autarquia fomentar e promover estas formas de expressão popular...
* WIKIPÉDIA »» texto em tom mais escuro
** SITE DO MUNICÍPIO DE ÍLHAVO
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