Agricultores portugueses
são os mais velhos da Europa
são os mais velhos da Europa
É homem, tem 63 anos e a quarta classe. Este é o retrato-tipo do agricultor português, o que torna Portugal no país europeu com agricultores mais velhos e com menor número de jovens a trabalhar nos campos: apenas 2,5% têm menos de 35 anos.
O último recenseamento agrícola do Instituto Nacional de Estatística (INE), publicado este ano, dá conta do envelhecimento acelerado: quase metade dos agricultores portugueses (48%) tinha, em 2009, mais de 65 anos.
Na União Europeia (UE), os agricultores mais velhos representam apenas 34% do total e os mais novos rondam os 7%, de acordo com o Conselho Europeu de Jovens Agricultores.
Em 2009, a população agrícola familiar, onde se inclui o produtor agrícola e a sua família, totalizava 793 mil pessoas, ou seja, 7% de portugueses.
Mas entre 1999 e 2009, a população rural "envelheceu consideravelmente", diz o INE. A média de idades passou de 46 para 52 anos e as faixas etárias mais jovens perderam importância: actualmente apenas um terço da população rural tem menos de 45 anos, o que representa um decréscimo de 11%.
O Algarve é a região com população mais envelhecida, com uma média de idades de 58 anos, enquanto os Açores se situam no extremo oposto, com uma média de 42 anos.
A nível dos produtores agrícolas, a média de idades ronda os 63 anos, mais 11 anos do que a da população agrícola em geral.
Apenas quatro em dez pessoas da população agrícola familiar frequentaram o primeiro ciclo e 22% não possuem qualquer nível de instrução. Apesar de tudo, o INE destaca "melhorias significativas, pois a taxa de analfabetismo baixou 7% face a 1999 e a frequência do ensino secundário e superior aumentou 3%.
Cada elemento da população agrícola familiar trabalha em média 15 horas por semana, mas o tempo de trabalho do produtor agrícola é superior chegando às 22 horas por semana.
O agregado familiar é constituído por menos de três indivíduos e o rendimento provém maioritariamente de pensões e reformas.
O envelhecimento reflecte-se também no desinteresse pela actividade. Em dez anos, Portugal perdeu um quarto das suas explorações agrícolas. Em 2009 existiam 305 mil explorações agrícolas, menos 111 mil do que em 1999.
IN "JORNAL DE NOTÍCIAS"
02/06/11
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