Cronologia
1898 – Nasce em Salgueiros, Ossela, concelho de Oliveira de Azeméis (24 de Maio), filho de José Eustáquio Ferreira de Castro e Maria Rosa de Castro, camponeses.
1903 – Nasce Roberto Nobre, ensaísta e crítico de cinema, artista gráfico, um dos maiores amigos do escritor.
1904 – Inicia os estudos na escola de Ossela.
1906 – Morte do pai.
1910 – Faz o exame da instrução primária (22 de Agosto). Tira o passaporte para o Brasil (6 de Dezembro).
1911 – Parte de Ossela (6 de Janeiro) com destino a Leixões, embarca (7 de Janeiro) no vapor inglês “Jerôme” rumo a Belém do Pará, cidade que vivia ainda do fausto proporcionado pela borracha. Durante 28 dias fica em casa dum conhecido da família que, não o protegendo como se esperava, despacha-o a bordo do “Justo Chermont”para o seringal «Paraíso», nas margens do rio Madeira, braço do Amazonas.
1912 / 1913 – Vive em plena selva, trabalhando como caixeiro. Escreve os primeiros contos e crónicas enviando-os para jornais do Brasil e de Portugal. Redige o romance O Amor de Simão, título que virá a modificar mais tarde para Criminoso por Ambição.
1914 – O dono do seringal perdoa-lhe a dívida, permitindo-lhe deixar o «Paraíso» (28 de Outubro) para regressar a Belém do Pará, levando consigo o manuscrito do seu primeiro romance.
1915 – Período de grandes dificuldades. Cola cartazes em Belém, trabalha como embarcadiço num navio de cabotagem que faz a carreira do Oiapoque, o “Cassiporé”, entre aquela cidade e a Guiana Francesa. Redige então umas Impressões de Viagens. Começa a colaborar no Jornal dos Novos. Tira o primeiro retrato.
1916 – Edita Criminoso por Ambição (“Sensacional romance expurgado de phantasia”), impresso em fascículos. Publica a peça em dois actos Alma Lusitana, tendo como pano de fundo o conflito luso-alemão de Naulila.
1917 – Funda e dirige com outro emigrante, João Pinto Monteiro, o semanário Portugal (Março), destinado à comunidade lusa de Belém do Pará.
1918 – Ganha notoriedade como jornalista. É homenageado pela comunidade portuguesa de Manaus. A peça O Rapto (inédita) é representada no «Teatro-Bar Paraense» (Agosto). O Portugal publica em folhetim o romance Rugas Sociais, que ficou inacabado.
1919 – Viagem a S. Paulo e Rio de Janeiro. Regressa a Portugal (9 de Setembro) a bordo do “Desna”, com quatrocentos escudos no bolso. Breve estada com a família em Ossela. Decide-se de novo a enveredar pelo jornalismo, em Lisboa, sem qualquer conhecimento no meio. Funda O Luso, com a intenção de promover a aproximação luso-brasileira, jornal que dura poucos meses. Novo período de penúria, em que chega a passar fome.
1921 – Publica o Mas…, ensaios e ficção. Colabora no jornal Imprensa Livre, do publicista libertário Campos Lima. Intervém no «Comício dos Novos», no Chiado Terrasse.
1922 – Funda A Hora, “revista panfleto de arte, actualidades e questões sociais”. Colabora, entre muitos outros periódicos, na revista A. B. C., dirigida por Rocha Martins. É premiada num concurso promovido pelo Teatro Nacional a peça O Mais Forte (inédita). Publica a novela Carne Faminta (Outubro).
1923 – Publica O Êxito Fácil e Sangue Negro.
1924 – Publica A Boca da Esfinge, de parceria com Eduardo Frias, e A Metamorfose. Edição espanhola de O Êxito Fácil (trad. por J. Andrés Vázquez.).
1925 – É admitido como sócio do Sindicato dos Profissionais da Imprensa de Lisboa (30 de Abril). Publica A Morte Redimida e Sendas de Lirismo e de Amor (contos) e, sob o pseudónimo «Silvestre Valente», A Ditadura Feminista, texto satírico. Assegura grande parte da colaboração no «Suplemento Literário» do diário A Batalha e da revista Renovação, ambos da Confederação Geral do Trabalho (CGT), anarco-sindicalista.
1926 – É eleito presidente do Sindicato. Desinteligências com os seus camaradas sobre a forma de protesto contra a instauração da censura, que pretendia mais enérgica. Publica A Peregrina do Mundo Novo, A Epopeia do Trabalho (com ilustrações de Roberto Nobre) e O Drama da Sombra.
1927 – A jornalista e escritora Diana de Lis (Maria Eugénia Haas da Costa Ramos, n. 1892) torna-se sua companheira. Publica os volumes de contos A Casa dos Móveis Dourados e O Voo nas Trevas. Integra os quadros de O Século, coordenando a área internacional. Inicia Emigrantes.
1928 – Publica o romance Emigrantes (24ª ed., 1988), que marca um ponto de viragem na sua obra e no romance português. Funda e dirige a revista Civilização, com Campos Monteiro.
1929 – Primeira visita a Paris e viagem a Andorra com Diana de Lis. Começa a escrever A Selva. Co-dirige, com António Ferro, a «Página Portuguesa» da Gaceta Literaria, de Gimenez Caballero.
1930 – Publica A Selva (38ª ed., 1991). Morte de Diana de Lis (30 de Maio). Viagem pela Europa (Espanha, Inglaterra, Irlanda). Abandona a Civilização. Emigrantes editado em Espanha (trad. por Luis Diaz Amado Herrero e Antonio Rodríguez de Léon).
1931 – Organiza e prefacia o livro póstumo de Diana de Lis Pedras Falsas. Faz a reportagem para O Século das Constituintes da II República espanhola, da Revolta da Andaluzia e do plebiscito sobre a autonomia da Catalunha (Julho/Agosto). Gravemente doente com uma septicemia tenta o suicídio (3 de Novembro). É assistido por Reinaldo dos Santos. Publica-se um in memoriam gorado: Ferreira de Castro e a Sua Obra, volume colectivo organizado por Jaime Brasil incluindo páginas inéditas de memórias. Publica-se em Espanha a tradução de A Selva, por Amado Herrero e Rodríguez de Léon.
1932 – Convalesce na Madeira. Publica novo livro póstumo de Diana de Lis, Memórias duma Mulher da Época.
1933 – Publica Eternidade (14ª ed., 1989). Longas estadas no Barroso, onde colhe elementos para Terra Fria, cuja publicação se inicia em folhetim n’O Século. Tradução de A Selva na Alemanha por Richard A. Bermann, amigo de Stefan Zweig, que concita a atenção internacional para o romance e o seu autor. Prefacia a tradução portuguesa do livro da feminista e diplomata russa Alexandra Kolontai, A Mulher Moderna e a Moral Sexual.
1934 – Publica Terra Fria (13ª ed., 1990), “Prémio Ricardo Malheiros” da Academia das Ciências (júri: Eugénio de Castro, Queirós Veloso, Barbosa de Magalhães, Alfredo da Cunha e Joaquim Leitão). Viagem à Córsega a serviço do seu jornal. Começa a escrever O Intervalo, com base na experiência vivida na Andaluzia, em 1931. Abandona, no final do ano, o jornalismo em Portugal, desgastado pela acção da censura. Traduções de A Selva em Itália (G. de Medici e G. Beccari) e na Checoslováquia (em checo, por Milada Fliederová).
1935 – Viaja pelo Mediterrâneo, visitando o Egipto, Palestina, Rodes, Malta, Cartago e Tunis, Pompeia e Nápoles e Maiorca, périplo de que resultaria o seu primeiro livro de viagens. Assume as funções de director de O Diabo por dois escassos meses (8 de Setembro a 10 de Novembro). Edição de A Selva no Brasil, prefaciada por Afrânio Peixoto, e em Inglaterra e Estados Unidos (trad. por Charles Duff). Morte de Reinaldo Ferreira (n. 1897), o «Repórter X», grande camarada do jornalismo.
1936 – É editada a conferência Canções da Córsega (2ªed., 1994). Termina O Intervalo e a peça Sim, Uma Dúvida Basta, sobre o caso Hauptmann-Lindbergh, escrita para o Teatro Nacional a pedido de Robles Monteiro, censurada por despacho governamental (4 de Março). Conhece no Estoril a pintora espanhola Elena Muriel. Tradução sueca de A Selva por Aslög Davidson.
1937 – Inicia-se a publicação em fascículos de Pequenos Mundos e Velhas Civilizações. Nova edição de A Selva no Brasil. Tradução italiana de Emigrantes por A. R. Ferrarin.
1938 – Casa-se com Elena Muriel, em Paris (9 de Agosto). A serviço do jornal carioca A Noite visita a Escandinávia e a Checoslováquia, assistindo à invasão da região dos Sudetas. Publicação de A Selva em França, (trad. por Blaise Cendrars, primeira de inúmeras edições que o romance conheceu neste país, onde continua a ser editado pela Grasset), e na Jugoslávia (em croata, por Dragutín Biscan). Edição ilustrada do romance amazónico por Alberto de Sousa, António Soares, Carlos Reis, Dórdio Gomes, Jorge Barradas, Manuel Lapa, Manuel Lima e Martins Barata. Dá a conhecer a sua intenção de escrever uma biografia do doutrinário anarquista russo Kropotkine.
1939 – Faz uma viagem à volta do mundo, na companhia de sua mulher.
1940 – Publica A Tempestade (10ª ed., 1980). Sai o primeiro estudo crítico, de largo fôlego, sobre o escritor, da autoria de Alexandre Cabral: Ferreira de Castro – O Seu Drama e a Sua Obra.
1941 – Escreve, até 1944, A Volta ao Mundo, cuja primeira edição atinge a tiragem de 25 mil exemplares. Publicação de Eternidade no Brasil e nova edição de A Selva na língua checa.
1944 – Traduções de A Selva na Roménia (Al. Popescu-Telega), e de Terra Fria (em checo, por Milada Fliederová).
1945 – Nasce a sua filha, Elsa Beatriz. Numa entrevista histórica ao Diário de Lisboa (17 de Novembro) denuncia os efeitos nefastos da censura sobre os escritores portugueses. Integra a Comissão Consultiva e a Comissão de Escritores Jornalistas e Artistas do Movimento da Unidade Democrática (MUD). Em Maio sai a 10ª edição de A Selva, atingindo o meio milhão de exemplares em todo o mundo, dos quais 42 mil em Portugal. É um dos fiadores literários do volume III do Guia de Portugal, com Afonso Lopes Vieira, Aquilino Ribeiro, António Sérgio, Câmara Reis, Raul Lino e Samuel Maia. Prolongadas estadas na Serra da Estrela, preparando o próximo romance. Jaime Brasil publica opúsculo Os Novos Escritores e o Movimento Chamado «Neo-Realismo», reivindicando para Ferreira de Castro a condição de iniciador – e não apenas precursor – do realismo social na literatura.
1946 – É homenageado pelos conterrâneos (5 de Maio). Participa na sessão do MUD na Voz do Operário (30 de Novembro), onde se lê uma vibrante «Mensagem» pela Liberdade e contra o Estado Novo. Publicação de A Selva na Bélgica (em francês) e na Suíça (em alemão, por R. Caltofen); nova tradução castelhana de Emigrantes e primeira de Terra Fria, por Eugenia Serrano.
1947 – Publica A Lã e a Neve (15ª ed., 1990). Traduções de Terra Fria em França e na Bélgica, por Louise Delapierre, e de Eternidade na Checoslováquia, por Milada Fliederová. Em Pont-Aven (Bretanha) escreve grande parte de A Curva da Estrada.
1948 – É homenageado em Paris pela Societé des Gens de Lettres (Maio). Les Lettres Françaises, dirigido por Claude Morgan, publica Le Patron des Navigateurs (O Senhor dos Navegantes). Edição em França de Emigrantes (trad. por A. K. Valère). A Selva vertido para o eslovaco por Stefan Jamsky.
1949 – A editora Guimarães inicia a publicação das suas “Obras Completas”, que serão ilustradas por Manuel Ribeiro de Pavia, Carlos Botelho, Bernardo Marques, Júlio Pomar, Keil do Amaral, Sarah Affonso, Artur Bual e João Abel Manta, entre outros. Recusa a proposta – e a oferta de trezentos contos – do editor para incluir as obras da primeira fase, anteriores a Emigrantes. Apoia activamente a candidatura de Norton de Matos à presidência da República. Tradução eslovaca de Emigrantes por Stefan Kiska.
1950 – Publica A Curva da Estrada (11ª ed., 1985). Escreve A Missão. Tradução francesa de A Lã e a Neve, por Louise Delapierre.
1951 – O académico dinamarquês Holger Sten propõe a candidatura do escritor ao Prémio Nobel (Fevereiro), sendo secundado em Portugal por João de Barros, Jaime Brasil e Roberto Nobre. Morte da mãe (25 de Dezembro). Escreve A Experiência. Tradução polaca de Emigrantes, por Aleksandry Oledzkiej.
1952 – Nova tradução alemã de A Selva (por Hans Plischke). Traduções de A Lã e a Neve na Argentina (por Raul Navarro), Checoslováquia (por Jakub Frey, em checo, com um posfácio de Jorge Amado) e Hungria (por Janós Csatlós,prefaciada também por Jorge Amado). Edição parcial de Pequenos Mundos no Brasil, intitulada Terras de Sonho.
1953 – Uma grave doença hepática põe a sua vida em risco. Mensagem nacional com milhares de assinaturas assinala o 25º aniversário da publicação de Emigrantes, entretanto editado na Áustria (trad. por Herbert e Waltraut Furreg) e na Checoslováquia (trad. por Jakub Frey), bem como A Selva na Noruega (por Leif Sletsjoe) e A Curva da Estrada em França (por Renée Gahisto).
1954 – Publica A Missão (8ª ed., 1980), que inclui «A Experiência» e «O Senhor dos Navegantes». Edições de A Lã e a Neve no Brasil (numa colecção dirigida por Jorge Amado, na Editorial Vitória), Alemanha (trad. por Elfried Kaut), Bélgica (em flamengo, por L. Roelandt), Checoslováquia (em eslovaco, por Vladimir Oleriny) e Roménia (Dan Botta).
1955 – 25º aniversário de A Selva assinalado com uma edição ilustrada por Cândido Portinari que inclui o texto memorialístico «Pequena história de “A Selva”». Inicia As Maravilhas Artísticas do Mundo, ocupando-o nos oito anos que se seguem. Tradução alemã de Terra Fria (por Elfried Kaut) e nova edição de A Lã e a Neve na Hungria.
1956 – Mensagem aos Democratas de Aveiro, opúsculo editado pela comissão das comemorações de 31 de Janeiro, por iniciativa de Mário Sacramento. Depõe a favor de 52 jovens num julgamento político no Porto. Tradução de A Experiência na Argentina (por Carmen Alfaya), enquanto que em Espanha a Aguilar publica as suas Novelas Escogidas em papel bíblia, traduzidas por José Ares e Eugenia Serrano.
1957 – Traduções de A Selva na Bélgica (em flamengo, por L. Roelandt) e de A Missão em França (L. Delapierre e R. Gahisto).
1958 – Armindo Rodrigues e Orlando Gonçalves dão voz a um grupo de oposicionistas, convidando-o a candidatar-se à presidência da República, convite que declina, tal como recusa integrar a comissão de honra da candidatura de Delgado, numa atitude crítica à divisão da Oposição. Arlindo Vicente, o outro candidato, era um dos seus grandes amigos. Tradução de Emigrantes na Hungria (por Ferenc Kordás) e 3ª edição de A Lã e a Neve. A versão francesa de A Missão é publicada na Suiça. Judith Navarro, Ferreira de Castro e o Amazonas, biografia romanceada destinada aos jovens.
1959 – Visita o Brasil (2-28 de Outubro), 40 anos após o regresso a Portugal, a convite da União Brasileira de Escritores. É apoteoticamente recebido, as sessões de homenagem multiplicam-se. É feito cidadão honorário do Rio de Janeiro, que lhe entrega a chave da cidade. Com Juscelino Kubitschek, Presidente da República, visita Brasília. Inicia a publicação de As Maravilhas Artísticas do Mundo ou a Prodigiosa Aventura do Homem Através da Arte. Tradução russa de A Lã e a Neve, por A. Torres e A. Ferreira (existe uma versão de Emigrantes feita por David Vigodsky, desconhecida entre nós). Grava para a discográfica Orfeu «O Senhor dos Navegantes». Alberto Moreira, Ferreira de Castro Antes da Glória, estudo biográfico sobre a juventude do escritor.
1960 – O Porto assiste à maior homenagem prestada a um escritor até então, com um colóquio, uma exposição bibliográfica e duas concorridas sessões de autógrafos nas livrarias Divulgação e Latina (4-6 de Fevereiro). Prefacia a primeira edição portuguesa de Gabriela, Cravo e Canela, de Jorge Amado. Publicação de A Curva da Estrada no Brasil. Traduções húngara de Eternidade (por Sándor Szalay) e italiana de A Lã e a Neve (por António Fiorillo). Morre João de Barros (n. 1881), padrinho de Elsa Ferreira de Castro.
1961 – São editados no Brasil os três volumes das suas Obras Completas, em papel bíblia. Jaime Brasil, Ferreira de Castro, biografia e antologia.
1962 – É eleito por unanimidade presidente da Sociedade Portuguesa de Escritores, da qual é o sócio nº2 e Aquilino o nº1. Toma posse a 5 de Fevereiro, presidindo até 1964 a uma direcção de que fazem parte João José Cochofel, Manuel Ferreira, Manuel da Fonseca e Matilde Rosa Araújo. Edições norte americanas de Emigrantes (trad. por Dorothy Ball), e A Missão (trad. por Ann Stevens).
1963 – Conclui As Maravilhas Artísticas do Mundo. Edição de A Missão no Reino Unido; primeira edição de bolso de A Selva em França.
1965 – A Academia de Belas Artes de Paris atribui o “Prémio Catenacci” às Maravilhas Artísticas. Apoia a atribuição do prémio de novelística da SPE a Luuanda, de Luandino Vieira.
1966 – Assinalam-se os 50 anos da sua vida literária. Na Sociedade Nacional de Belas Artes realiza-se uma grande exposição bibliográfica e iconográfica. Edições especiais, com posfácios do autor, de Emigrantes, ilustrada por Júlio Pomar, e Terra Fria, com desenhos de Bernardo Marques, além dum volume colectivo, o Livro do Cinquentenário da Vida Literária de Ferreira de Castro. Numa praça de Oliveira de Azeméis é inaugurado um monumento à sua obra (30 de Dezembro).Morre Jaime Brasil (n. 1896).
1967 – Escreve O Instinto Supremo. Nova edição brasileira de A Selva, ilustrada por Poty. Doa a casa onde nasceu ao povo de Oliveira de Azeméis (30 Dez.).
1968 – A União Brasileira de Escritores apresenta a candidatura conjunta de Ferreira de Castro e Jorge Amado ao Prémio Nobel da Literatura. Publica O Instinto Supremo (6ª ed., 1988) simultaneamente em Portugal e no Brasil. Tradução húngara de A Missão por Sándor Szalay.
1969 – Escreve os textos evocativos Historial da Velha Mina e A Aldeia Nativa. “Homenagem a João de Barros” (opúsculo). Mensagem de adesão ao II Congresso Republicano de Aveiro. Morte de Roberto Nobre.
1970 – Recebe o grande prémio “Águia de Ouro Internacional” no Festival do Livro de Nice (28 de Maio), atribuído por unanimidade por um júri presidido por Isaac Bashevis Singer, de que fazem parte, entre outros, André Chamson, Gore Vidal, Hervé Bazin, Jacques Chastenet, Joaquim Paço d’Arcos e Miguel-Angel Asturias. Eram também candidatos Konstantin Simonov e Lawrence Durrrel. Faz o primeiro pedido às autoridades do seu país (25 de Fevereiro): «ficar sepultado à beira duma dessas poéticas veredas que dão acesso ao Castelo dos Mouros», na Serra de Sintra
1971 – Nova visita ao Brasil com inúmeras homenagens. O seu nome é dado a um troço da Transamazónica. Em Paris, a Academia do Mundo Latino atribui o “Prémio da Latinidade” a Ferreira de Castro, Jorge Amado e Eugenio Montale.
1972 – Revê e prepara para edição O Intervalo, antecedido do texto memorialístico «Origem de “O Intervalo”». Chamou-se João de Deus Ramos, Exactamente o Nome Paterno (opúsculo). Jorge Amado prefacia nova edição brasileira de A Selva. Tradução polaca de A Missão por Florian Smieja.
1973 – A UNESCO anuncia que A Selva está entre os dez romances mais lidos em todo o mundo. Doa ao povo de Sintra, vila onde passou largas temporadas, a maior parte do seu espólio (Abril). Comemora-se o seu 75º aniversário com uma nova edição ilustrada do grande romance, desta vez ilustrado por Júlio Pomar. Entrevista a Álvaro Salema gravada pela Sassetti. Tradução japonesa de A Selva por Kikuo Furano. Álvaro Salema, Ferreira de Castro – A Sua Vida, a Sua Personalidade, a Sua Obra (estudo e antologia).
1974 – Acolhe o 25 de Abril com grande emoção, participando euforicamente no primeiro 1º de Maio. Em 5 de Junho sofre um acidente vascular-cerebral em Macieira de Cambra. Morre no Hospital de Santo António, no Porto (29 de Junho). Publica-se Os Fragmentos – Um Romance e Algumas Evocações. Nova edição de A Lã e a Neve na Hungria.
1975 – Os restos mortais de Ferreira de Castro são inumados numa encosta da Serra de Sintra, a caminho do Castelo dos Mouros (31 de Maio), cumprindo-se a vontade do escritor. A Lello edita as Obras Completas de Ferreira de Castro em papel bíblia (quatro volumes). Morre Assis Esperança (n. 1892), um dos seus companheiros de sempre.
1994 – Publica-se a peça Sim, Uma Dúvida Basta, inédita durante sessenta anos, e a Correspondência com Roberto Nobre, assinalando-se o 20º aniversário da sua morte.
IN "CENTRO DE ESTUDOS FERREIRA DE CASTRO"
A Casa Museu Ferreira de Castro
A casa que viu nascer o escritor osselense José Maria Ferreira de Castro é de meados do séc. XIX e de traçado rural, retractando a sua origem humilde.
A Casa – Museu Ferreira de Castro é composta por dois pisos, apresentando no primeiro piso, uma adega, onde estão expostos alguns utensílios agrícolas da época, nomeadamente: o lagar, a prensa, uma salgadeira e seis pipos, contrastando com o cromatismo de nove quadros oferecidos ao escritor por autores consagrados.
O segundo piso desenvolve-se em quatro cómodos de parcas dimensões, nomeadamente: a cozinha, a sala, o quarto de José Ferreira de Castro, onde se encontram também a mala e os sapatos que usou em 1939, na volta ao mundo, que realizou e o quarto de D. Maria Rosa, mãe do escritor.
Uma outra preciosidade que existe na Casa – Museu Ferreira de Castro é um velho dicionário que, em Belém do Pará, constituiu a sua primeira riqueza.
No exterior da casa conservam-se, por vontade expressa do escritor, o quintal e o pinhal com as árvores existentes ou, em sua substituição, outras da mesma espécie.
Este edifício passou por várias utilizações, nomeadamente, marcenaria e Casa do Povo. Só em 1965, torna a ser usufruto de Ferreira de Castro, desta vez como proprietário, graças a uma doação da esposa do Comendador Artur Gomes Barbosa por intenção deste.
Nesta data, o escritor Ferreira de castro, já com o intuito de a tornar na sua Casa – Museu, providencia a sua decoração, conferindo-lhe o ambiente e aspecto que teve a sua casa berço.
Em 1967, Ferreira de Castro doa a propriedade à autarquia, que se comprometeu, desde essa data, a mantê-la e conservá-la, proporcionando visitas guiadas a todos que o quisessem fazer.
IN "SITE CASA MUSEU FERREIRA DE CASTRO"
A Casa – Museu Ferreira de Castro é composta por dois pisos, apresentando no primeiro piso, uma adega, onde estão expostos alguns utensílios agrícolas da época, nomeadamente: o lagar, a prensa, uma salgadeira e seis pipos, contrastando com o cromatismo de nove quadros oferecidos ao escritor por autores consagrados.
O segundo piso desenvolve-se em quatro cómodos de parcas dimensões, nomeadamente: a cozinha, a sala, o quarto de José Ferreira de Castro, onde se encontram também a mala e os sapatos que usou em 1939, na volta ao mundo, que realizou e o quarto de D. Maria Rosa, mãe do escritor.
Uma outra preciosidade que existe na Casa – Museu Ferreira de Castro é um velho dicionário que, em Belém do Pará, constituiu a sua primeira riqueza.
No exterior da casa conservam-se, por vontade expressa do escritor, o quintal e o pinhal com as árvores existentes ou, em sua substituição, outras da mesma espécie.
Este edifício passou por várias utilizações, nomeadamente, marcenaria e Casa do Povo. Só em 1965, torna a ser usufruto de Ferreira de Castro, desta vez como proprietário, graças a uma doação da esposa do Comendador Artur Gomes Barbosa por intenção deste.
Nesta data, o escritor Ferreira de castro, já com o intuito de a tornar na sua Casa – Museu, providencia a sua decoração, conferindo-lhe o ambiente e aspecto que teve a sua casa berço.
Em 1967, Ferreira de Castro doa a propriedade à autarquia, que se comprometeu, desde essa data, a mantê-la e conservá-la, proporcionando visitas guiadas a todos que o quisessem fazer.
IN "SITE CASA MUSEU FERREIRA DE CASTRO"
Obras
- Criminoso por Ambição (1916)
- Alma Lusitana (1916)
- Rugas Sociais (1917-18)
- Mas ... (1921)
- Carne Faminta (1922)
- O Êxito Fácil (1923)
- Sangue Negro (1923)
- A Boca da Esfinge (1924)
- A Metamorfose (1924)
- A Morte Redimida (1925)
- Sendas de Lirismo e de Amor (1925)
- A Epopeia do Trabalho (1926)
- A Peregrina do Mundo Novo (1926)
- O Drama da Sombra (1926)
- A Casa dos Móveis Dourados (1926)
- O voo nas Trevas (1927)
- Emigrantes (1928)
- A Selva (1930)
- Eternidade (1933)
- Terra Fria (1934)
- Sim, uma Dúvida Basta (1936)- publicado em 1994
- O Intervalo (1936)- publicado em 1974
- Pequenos Mundos, Velhas Civilizações (1937)
- A Volta ao Mundo (1940 e 1944)
- A Tempestade (1940)
- A Lã e a Neve (1947)
- A Curva na Estrada (1950)
- A Missão (1954)
- As Maravilhas Artísticas do Mundo (Vol I) (1959
- As Maravilhas Artísticas do Mundo (Vol II) e 1963)
- O Instinto Supremo (1968)
- Os Fragmentos (1974)
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