Marinho Pointo acusa
ministro de ser
porta-voz do corporativismo
O bastonário dos advogados, Marinho Pinto, classificou de «impróprias de um membro do Governo» as declarações do ministro Mariano Gago sobre as ordens profissionais, acusando-o de actuar como porta-voz do «pior corporativismo, o universitário».
«São declarações impróprias de um membro do Governo num estado democrático porque as ordens profissionais detêm poderes delegados pelo próprio Estado. O ministro perdeu todo o sentido de estado e actua como porta-voz do pior corporativismo da sociedade que é o universitário», acusou Marinho Pinto.
O ministro da Ciência e do Ensino Superior acusou hoje o parlamento de ceder aos interesses corporativos das ordens profissionais, dizendo que estas organizações apenas pretendem «canibalizar» e «controlar» o acesso ao mercado de trabalho.
Para Mariano Gago, «conseguir libertar o país da tutela das ordens profissionais na entrada das profissões é um elemento fundamental, sobretudo em período de crise económica».
Em resposta às afirmações do ministro, Marinho Pinto disse que «era bom que o parlamento desse uma resposta a esse membro do Governo, chamando-o lá para que explique o que pretende».
Na opinião do recém-eleito bastonário, Mariano Gago «abandalhou o ensino superior», acrescentando que, actualmente, os alunos saem das universidades «impreparados para exercer uma profissão» e que os estabelecimentos do ensino superior «deixaram de ensinar e passaram a vender diplomas».
E criticou ainda o «despesismo doentio e incontrolado» das universidades que têm o «conluio» do ministro do ensino superior.
IN "SOL"
18/12/10
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