21/06/2010

POETA DE PÉ QUEBRADO


UMA BURCA PARA GEISY

por Miguezim de Princesa


Quando Geisy apareceu

balançando o mucumbu

na Faculdade Uniban,

foi o maior sururu,
teve reza e ladainha;
não sabia que uma calcinha

causava tanto rebu.

Trajava um mini-vestido,

arrochado e cor de rosa,

perfumada de extrato,

toda ancha e toda prosa,

pensou que estava abafando

eia ter rapaz gritando:
"Arrocha a tampa, gostosa!

Mas Geisy se enganou,

o paulista é acanhado:

quando vê lance de perna,

fica logo indignado.

Os motivos eu não sei,

mas pra passeata gay
vai todo mundo animado!


Ainda na escadaria,

só se ouvia a estudantada

dando urros, dando gritos,
colérica e indignada

chamando-a de prostituta

de mulherzinha safada.

Geisy ficou acuada,


Num canto, triste a chorar,

procurou um agasalho

para cobrir o lugar,

quando um rapaz inocente disse:
"oh troço mais indecente,

acho que vou desmaiar!

A Faculdade Uniban,
que está em último lugar
nas provas que o MEC faz,
decidiu no mesmo instante

expulsar a estudante

do seu quadro regular.


Totalmente escorraçada,

sem ter mais onde estudar,

Geisy precisa de ajuda

para a vida retomar,

mas na novela das oito

é um tal de molhar biscoito

e ninguém pra reclamar.


O fato repercutiu
de Paris até Omã.

soube que Ahmadinejad

festejou lá no Irã,

Foi uma festa de arromba

com direito a carro-bomba
da milícia Talibã.


E o rico Osama Bin Laden,

agradecendo a Alá,
nas serras cazaquistãs

onde foi se homiziar
com uma cigana turca,

mandou fazer uma burca

para a brasileira usar.


Fica pra Geisy a lição
desse poeta matuto:

proteja seu bom guardado

da cólera dos impolutos,

Guarde bem o tacacá

e só resolva mostrar

a quem gosta do produto.

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