E se Sócrates governasse?
2009-11-30
A reacção à aprovação de diplomas com propostas rejeitadas pela velha maioria absoluta é mais um acto populista da "Comissão Eleitoral" do PS, que já só pensa em eleições antecipadas.
O Governo já usou várias tácticas. Umas vezes, quando as oposições avançam de forma convergente, tenta antecipar-se e aprova antes o que já estava agendado pelos outros. (Foi o caso da revogação das taxas moderadoras em internamentos). Outras vezes, alicia outro partido para romper compromissos e posições anteriores, oferecendo quase tudo para salvar a face. (Foi o caso da avaliação dos professores).
Surgiu finalmente a terceira via, a da ingovernabilidade, também ditada pela incapacidade de antecipar tudo o que aparece para corrigir as medidas erradas do Governo da maioria absoluta. Esta operação foi montada em acção concertada do líder parlamentar do PS e do ministro Larcão, com as subsequentes declarações de Sócrates e Teixeira dos Santos. Acusaram os partidos de aprovar projectos que põem em risco o défice e as contas públicas. Só faltou culpar as oposições pelo défice de 8%, pela recessão, pela crise internacional…
Guterres governou 6 anos em minoria, viu sem dramatismos patéticos aprovadas leis de que discordava. Sócrates não admite que o corrijam (está-lhe na massa do sangue…), ameaça todos os que digam não, prefere chantagear o país.
Para sustentar a operação, Sócrates divulgou números de receita e despesa totalmente fantasistas: acena com aumento de despesa em projectos que foram rejeitados; mente no pagamento especial por conta, dizendo que há menos receita quando, quem tiver de pagar paga o mesmo, mas na altura própria, não por antecipação; mente na devolução do IVA em 30 dias sabendo que não há perda de receita quando o dinheiro não é do Estado, mas este está mal habituado e só o devolve ao fim de três meses; omite que o "pacote" foi aprovado na generalidade e que há projectos muito diferentes.
in "jornal de notícias"
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