Congregações filhas
A importância da abadia se apoiava mais no seu poder espiritual e político que atingira em Portugal, não tratando das fundações das congregações filhas. Enquanto a abadia se encontrava sob o poder de Claraval, era aqui que eram tomadas as decisões relativamente a qualquer fundações de congreações-filhas. O abade de Alcobaça fundou um convento, em 1279, em Cós - que se localiza a apenas 8 km de distância de Alcobaça-, o Mosteiro de Santa Maria de Cós e por meio de uma determinação testamentária do rei D. Sancho II (1209-1248). No entanto, este convento vivia “na sombra” da Abadia até ao ano de 1558, adquirindo importância a partir do momento em que o cardeal D. Henrique se tornou abade de Alcobaça, de 1540 a 1580, e o completou. Do convento ainda existem a Igreja, o coro e a sacristia. Em 1566, D. Henrique fundou nos Capuchos (em Évora de Alcobaça) - que também se localiza a poucos quilómetros de distância de Alcobaça-, o Convento de Santa Maria Madaleina, um mosteiro para monges Franciscanos, que aí permaneceram até à dissolução dos mosteiros no ano de 1834. Deste mosteiro somente existem as ruínas ao lado de uma capela. Na sequência da grande influência que os cistercienses adquiriram em Portugal, alguns mosteiros de outra proveniência submeteram-se à Ordem dos Cistercienses. Desta maneira, a abadia de Alcobaça passou a deter, mais tarde, também a jurisdição, enquanto Congregação Autónoma dos Cistercienses em Portugal. No entanto, não se trata, propriamente, de filiais do Mosteiro como, por exemplo, aquelas que aparecem nos índices de livros cistercienses como mosteiros fundados por Alcobaça, como Santa Maria de Tamaraes, Santa da Maria de Maceira Dão, Santa Maria de Bouro, Estrela e São Paulo de Frades, todos eles de origem beneditina.
Número de monges
Segundo a lenda, terão vivido na abadia de Alcobaça 999 monges, estando o número 1000 reservado ao rei. Na verdade, este número de monges nunca existiu. Infelizmente, não existe bibliografia precisa sobre o assunto. Os cistercienses, tal como outros mosteiros, faziam a distinção entre os monges brancos (frei) e os irmãos leigos. Nos primeiros séculos de construção, do povoamento do território do Mosteiro e da criação dos coutos, é possível que o número dos irmãos leigos tenha ultrapassado o dos monges brancos na proporção de 2 para 1. Deste modo, pensa-se terem existido ca. de 500 monges, dos quais ca. de 130 eram monges brancos. [14] Por volta de 1500, prova-se a existência de ca. de 150 monges brancos, tendo o número de irmãos leigos diminuido já no século XIV. Ao longo do século XVI, o número de monges brancos diminuiu para 40, aumentando para 110 aquando da nomeação de Alcobaça como Congregação Autónoma dos Cistercienses em Portugal. Em 1762, contavam-se 139 monges brancos. A partir dos relatos existentes sobre a capacidade da cozinha nova, terminada por volta de 1700, é de presumir que o Mosteiro, nesse tempo, alojasse novamente ca. de 500 pessoas.
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