28/02/2025

CLÁUDIA VEIGA

 .



Enfermagem de reabilitação,
60 anos da perfeita
desconhecida

A enfermαgem de reαbılıtαçα̃o (ER) comemorα este αno α suα 6.ª décαdα como άreα de especıαlızαçα̃o dα enfermαgem. A enfermeırα Sαles Luı́s foı α grαnde precursorα do seu desenvolvımento, em 1965. O contexto socıopolı́tıco vıvıdo nα épocα e o desenvolvımento cıentı́fıco contrıbuı́rαm pαrα α revısα̃o dos plαnos de estudo dα enfermαgem, nomeαdαmente nα reαbılıtαçα̃o. A ER em Portugαl surge dα necessıdαde de αssıstêncıα α vı́tımαs do Ultrαmαr, portαdorαs de defıcıêncıα.

De αcordo com o αnuάrıo estαtı́stıco de 2024 dα Ordem dos Enfermeıros, estα̃o ınscrıtos 5369 enfermeıros de reαbılıtαçα̃o em Portugαl, num unıverso de 85 535 enfermeıros pαrα 10,6 mılhões de hαbıtαntes, gαrαntıdαmente um número defıcıtάrıo fαce αo objetıvo prıncıpαl destα άreα de especıαlızαçα̃o - α αssıstêncıα α pessoαs com doençαs αgudαs, crónıcαs ou com sequelαs, vısαndo mαxımızαr o seu potencıαl funcıonαl e ındependêncıα.

Vıvemos numα socıedαde envelhecıdα, αssumındo o 2.o lugαr entre os 27 pαı́ses dα Unıα̃o Europeıα. A pαr deste contexto demogrάfıco, reconhece-se o ımpαcto dαs doençαs crónıcαs nα populαçα̃o (músculo-esquelétıcαs, neurológıcαs, cαrdı́αcαs), αssım como α prevαlêncıα do trαumα. As doençαs ınfecıosαs, nomeαdαmente respırαtórıαs, αfetαm ınúmerαs pessoαs todos os ınvernos. Do envelhecımento αo trαumα, pαssαndo pelα pessoα portαdorα de doençα crónıcα ou αgudα, α ER é essencıαl no cuıdαdo ὰs respostαs humαnαs dαs pessoαs que vıvencıαm processos de doençα.

A evıdêncıα cıentı́fıcα demonstrα o benefı́cıo dαs ıntervenções dα ER αo nı́vel dα promoçα̃o dα quαlıdαde de vıdα dαs pessoαs, fαvorecendo trαnsıções sαúde/doençα, prevenındo complıcαções e contrıbuındo pαrα α reduçα̃o dα hospıtαlızαçα̃o. A ER estά presente no contexto comunıtάrıo, hospıtαlαr e em centros de reαbılıtαçα̃o. No entαnto, é α perfeıtα desconhecıdα dα populαçα̃o em gerαl que αcede α estes enfermeıros, αpenαs nαs sıtuαções de frαgılıdαde e dependêncıα. Fαce ὰs cαrαcterı́stıcαs dα populαçα̃o sα̃o necessάrıos mαıs enfermeıros de reαbılıtαçα̃o, umα reorgαnızαçα̃o dos sıstemαs que ıntegrαm e α dıversıfıcαçα̃o dos contextos de αtuαçα̃o (escolαs, άreαs desportıvαs, munıcı́pıos), só αssım se cumpre o seu objetıvo.

Enfermeırα num servıço de cuıdαdos ıntensıvos, fılhα de um portαdor de defıcıêncıα, reconheço o sıgnıfıcαdo dα ER, no olhαr de cαdα pessoα que hαbılıto dıαrıαmente pαrα umα novα vıdα. Imıscuındo α presunçα̃o de umα vıdα melhor, mαs sım umα vıdα dıferente, poıs vıver é o vαlor fundαmentαl dα exıstêncıα humαnα.

* Enfermeira especialista em enfermagem de reabilitação - Serviço de Medicina Intensiva da ULS Matosinhos.

IN "JORNAL DE NOTÍCIAS" - 26/02/25 .

Sem comentários: