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316-ARTE ARRISCADA
HOMESWEETHOME
Interpretação:
Elisa Bertoli, Simona Bogino,
Maela Boltri, Vincenzo Criniti,
Lara Di Nallo, Vanessa Franke, Carola Giarratano,
Cristian Magurano,
Paolo Piancastelli,
Alessandro Romano,
Davide Stacchini
Coreografia:
Raphael Bianco
Realização:
Fabio Melotti
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Por causa do covid
“A arte em todas as suas formas sempre reagiu à frustração das limitações e constrangimentos, à ansiedade das emergências e à visão de cenários apocalípticos, libertando novas energias e intuições. Aproveitemos também este momento de pausa forçada para aproveitar aquilo que nos é dado ou melhor, que nos é devolvido: o nosso espaço doméstico. Voltamos a horas intermináveis de espera e reflexão, onde aparentemente estamos longe de nossas vidas. E, no entanto, o próprio espaço da nossa casa esconde e revela dimensões que talvez tomássemos como certas, momentos de encontro connosco próprios e com todos os espaços, objectos e memórias que definem, ocupam e permeiam a nossa casa.
Este é o significado de HOMESWEETHOME, um testemunho pessoal de cada bailarino da Companhia EgriBiancoDanza por mim instado a rehabitar o seu espaço doméstico e a transfigurá-lo com a dança.
Num jogo inusitado de criação coreográfica, que sempre exigiu uma pesquisa estritamente gestual ao vivo, utilizamos o que a tecnologia atual nos oferece, celulares e canais sociais, para nos comunicarmos, enviarmos vídeos de teste, feedback coreográfico: na medida do possível, dentro dos limites da tecnologia de que dispomos, na aproximação da distância, mas no entusiasmo reacendido de criar algo que nos faça sonhar. Aqui, cozinhas, camas, casas de banho, portas, janelas e sofás assumem outro valor e dizem-nos quem somos, pois neles ficam impressos os nossos vestígios, aos quais apenas distraidamente, na rotina quotidiana agitada e distraída de uma vida muitas vezes frenética, dão peso, mas que são um espelho da nossa alma.
Uma oportunidade para nós e para o público vivermos com menos tristeza esta condição de estagnação, ficando em casa partilhando curiosidades e o borbulhar de ideias, a efervescência do pensamento e das memórias, o reflexo dinâmico dos corpos dançantes, o sentido da nossa casa, que desde uma prisão pode se tornar um lugar intimamente mágico onde podemos redescobrir partes de nós mesmos com as quais às vezes tememos o confronto.” Rafael Branco
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