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Contribuem para o turismo e restauração é certo, mas como compensar a pegada que aqui deixam com o aumento dos níveis de óxido de enxofre, óxido de azoto e partículas finas? É que estes poluentes são responsáveis por várias doenças cardiovasculares e respiratórias e contribuem para a degradação dos ecossistemas, resultando em 250 mil casos de mortes prematuras e 6,4 milhões de asma infantil por ano, a nível mundial.
Exatamente há um ano atrás, o PAN viu aprovada uma Moção na Assembleia Municipal para a Eletrificação do Porto de Lisboa, com apenas a abstenção do PCP e o voto contra do Partido Monárquico. Pedia-se para que fosse lançado um concurso público, com a maior brevidade possível, para a empreitada destinada à Eletrificação do Porto e que a sua implementação ocorresse até 2024.
Mas até há bem pouco tempo, esta proposta ficou a ver navios. E apesar da concordância de quase todos os partidos políticos acerca desta necessidade, pouco se avançou. Felizmente, o executivo municipal começa agora a ver a urgência da Moção pelo PAN e o presidente Carlos Moedas compreendeu finalmente que esta situação não é compatível com o desenvolvimento saudável da cidade. Já o ministro das Infraestruturas indica que o prazo para o início da empreitada só está previsto para 2026.
Enquanto isso dezenas de toneladas de combustível continuam a ser queimadas pelos cruzeiros que mantêm os motores em funcionamento para garantir o abastecimento energético das embarcações. Os 218 cruzeiros que navegaram na Europa, no último ano, emitiram mais gases poluentes do que o equivalente a mil milhões de carros!
Afinal, que urgência climática é esta quando assistimos a Lisboa a ganhar os primeiros lugares do top dos portos com mais emissões poluentes por causa dos cruzeiros?
E porque não usar as taxas turísticas para compensar este tipo de dano ambiental e tornar Lisboa mais sustentável enquanto ainda é tempo?
* Deputado Municipal do PAN
IN "SOL" - 14/07/23.
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