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Os pactos de defesa mútua que a Grã-Bretanha assinou com a Suécia e com a Finlândia são um severo e crítico aviso a Moscovo. Qualquer disparate russo contra estes dois países implicará uma resposta imediata de Londres. Seja o que for, entenda-se. As várias ameaças de Putin e acólitos, aos dois países, que continham explicitamente um reposicionamento das suas forças nucleares, têm, a partir de agora, o «guarda-chuva» de uma potência nuclear como a Grã-Bretanha, o que dissuade qualquer ousadia de Moscovo.
A Grã-Bretanha está a posicionar-se como a grande potência europeia, que independentemente das suas obrigações na NATO, está disposta a garantir um género de «Artigo 5» do Tratado da Aliança, mas em termos puramente bilaterais, nesta fase. A partir de hoje, a Finlândia e a Suécia passaram a ser protegidas pelo conceito de «Destruição Mútua Assegurada», que impede qualquer ato tresloucado dos «rufias» de Moscovo, como lhes chamou Joe Biden.
Há, ainda, um outro dado a ponderar, embora o tema da conversa não seja conhecido: o embaixador dos EUA em Moscovo reuniu, a seu pedido, com o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, para transmitir instruções diretas do Departamento de Estado e da Defesa, e obviamente da Casa Branca. Ainda bem que não foi com Lavrov.
Esta invulgaridade significa que a conversa teria de ser muito séria. O tema da Finlândia e Suécia certamente que foi um dos recados, mas também, pelo pouco que se sabe, a restauração das comunicações de emergência entre o Pentágono e o Estado Maior General russo – que eventualmente já tem um novo chefe – para evitar qualquer incidente ou erro catastrófico. E não deverá ter ficado de fora uma palavra de boa vontade americana para se encontrar uma saída para Putin, confirmado que está o desastre militar.
* Comentador político, empresário da Comunicação Social
IN "VISÃO" - 11/05/22.
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