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EUNICE
rima com dignidade
Dava força à palavra como poucos sabiam dar. Tudo o que agora se disser sobre Eunice Muñoz é sempre pouco porque foi grande e simples. Só no palco permitia holofotes fora dele remetia-se a um anonimato impossível.
A primeira vez que a vimos foi com o enorme Santos Manuel a seu lado na peça "Os dois verdugos", uma experiência com mais de 40 anos mas sempre ficará na memória. Depois um desfilar célere de representações algumas perdidas mas "Fedra", "Mãe Coragem", "Passa por mim no Rossio" , "A Casa do Lago", "Zerlina" e mais algumas são inesquecíveis.
Os portugueses, são infelizmente poucos os que dão valor à dignidade, irão falar dela ou escrever sobre ela com uma falsa e natural intimidade como se frequentemente tomassem um cafézinho com a artista, nós estamos "à nora" para encontrar palavras que reflictam a admiração e respeito que sentíamos e continuaremos a ter.
Teve uma vida heróica porque amar o teatro e a família da maneira que o fez só de uma incansável e doce guerreira.
Percebia-se no seu olhar a determinação com que conduziu a vida por isso preferimos dizer que Eunice não partiu, decidiu.
* Pensionista
15/04/22.
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