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Os corajosos
Zelensky e Kasparov
Não entendo como ainda há quem critique a UEFA e a FIFA por terem suspenso as seleções e equipas russas de todas as competições por tempo indeterminado.
É injusto para os atletas russos? Claro que sim, que não terão feito nada para que esta guerra acontecesse. E as crianças ucranianas (e não só) que estão a sofrer nas caves geladas de hospitais e a morrer por uma invasão a um país soberano? Fizeram alguma coisa para tal castigo? Tudo é injusto e incompreensível para os que não pediram uma guerra mundial (o termo é este) e clamam pela paz. Mas numa guerra o que se vê são atrocidades. Deveria estar a falar de desporto, mas depois de uma pandemia, que não acabou, assistimos a uma invasão inqualificável e louca sobre um país que tem demonstrado uma resistência e resiliência que irá perdurar na história. Bravo, Ucrânia!
Sob uma ameaça nuclear e um Ocidente na expetativa, salvaguardando que não sou um especialista em física quântica nem em tática militar, falo do que vejo por fora e destaco a coragem do líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, que se dirigiu ao homólogo russo: "Putin, sente-se comigo, mas não a mais de 30 metros. Sou um tipo normal, não mordo!".
Noutro plano, não deixo de assinalar as palavras de Garry Kasparov, antigo campeão mundial de xadrez, escritor e ativista... russo. "A todos os meios de comunicação: parem de chamar Putin presidente! Ele é um ditador. As palavras têm poder. Ele não merece um título democrático. Que se lixe o livro de estilo. Trata-se do ditador russo". "Se não for travado agora e impedido de destruir a Ucrânia, cometendo genocídio, haverá uma próxima vez e será na NATO", alerta. Um "xeque-mate" para todos refletirmos...
No intervalo de uma guerra que assistimos em direto nas tv"s, ainda há desporto a rolar por outros países, mas até quando? Sinceramente, é tudo redutor com o Mundo virado do avesso.
* Jornalista, editor adjunto
IN "JORNAL DE NOTÍCIAS" - 05/02/22 .
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