2629.UNIÃO
A requisição civil do empreendimento turístico Zmar, avançada pelo Governo, está a causar polémica. Na quinta-feira, dia 6 de maio, durante a madrugada, um grupo de perto de 30 imigrantes foi realojado no eco-resort como medida de controlo do surto de Covid-19 no concelho de Odemira.
No entanto, os moradores do empreendimento queixam-se que a requisição civil está a interferir com o procedimento de insolvência em curso e que impede a reabertura do espaço. Por outro lado, Eduardo Cabrita afirma que o "Estado é o maior credor" do empreendimento. "Estamos a falar de um parque de campismo em situação de insolvência em que o Estado é, aliás, o maior credor. É nesse quadro, de uma unidade que está encerrada na sua atividade, que está disponível, ao lado de outras duas unidades", disse o ministro da Administração Interna, no dia 4 de maio, durante uma visita a Odemira.
Confirma-se?
Não. O maior credor da Multiparques A Céu Aberto, a empresa que detém o Zmar,é a sociedade Ares Lusitani, uma empresa que pertence ao fundo norte-americano Kohlberg Kravis Roberts (KKR) – um dos maiores detentores de carteiras de crédito malparado do mundo, também conhecido por realizar práticas predatórias.
No topo da lista de credores estão, assim, a Ares Lusitani que reclama 22,3 milhões de euros, ou seja, cerca de 41% do total. Em segundo lugar, surge o Novo Banco que reclama 16,2milhões de euros, perto de 30%. A AICEP, uma entidade pública, surge também na lista dos principais credores, mas apenas na terceira posição: reclama 8,4 milhões de euros, ou seja, 15,4%. A fechar a lista dos maiores credores está a financeira Unicre, que reclama 2,6 milhões de euros, cerca de 4,7% da totalidade.
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