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2543.UNIÃO
Joel Pina era o nome artístico de João Manuel de Pina, que acompanhou Amália Rodrigues desde 1966 até à morte da fadista, e de quem guardava "viva recordação", como disse recordou à agência Lusa, alguns anos após a morte da cantora. No meio fadista, porém, são poucos os intérpretes que não foram acompanhados pela sua viola baixo, instrumento que, por seu intermédio, passou a fazer parte do acompanhamento tradicional, à guitarra portuguesa e à viola, da canção de Lisboa.
Numa das suas entrevistas à agência Lusa, o músico recordou como a equipa francesa do filme "Les Amants du Tage" ("Os Amantes do Tejo", 1955), de Henri Verneuil, fez questão de contar com a sua participação, acompanhando Amália, que fazia parte do elenco, e descreveu como muitos "brincavam" consigo, referindo-se ao instrumento - a viola baixo, de maior dimensão - como "o frigorífico".
O certo é que os fadistas passaram a contar com a viola baixo no seu acompanhamento habitual e, de preferência, com Joel Pina.
O músico fez parte do Conjunto de Guitarras de Raul Nery, homenageado pela Câmara de Lisboa, pela sua excelência musical e contributo para a música, em junho de 1999. Por iguais motivos, em 1992, o Ministério da Cultura entregou a Joel Pina a Medalha de Mérito Cultural. Em 2005 recebeu o Prémio Amália Rodrigues, distinguindo-o como "o Melhor Viola-Baixo", e destacando a sua contribuição para o desenvolvimento do instrumento.
A lista de fadistas que Pina acompanhou, vai do fado à música ligeira, com nomes como Tony de Matos, Max, Hermínia Silva, Frei Hermano da Câmara, Manuel de Almeida, Fernanda Maria, Fernando Farinha, Manuel Fernandes, Argentina Santos, Ada de Castro, Beatriz da Conceição, Fernando Maurício, Maria da Fé, Tristão da Silva, José Coelho, Margarida Bessa, Julieta Estrela, António Rocha, Ricardo Ribeiro, Lenita Gentil, Carlos Zel, Maria João Quadros, Nuno da Câmara Pereira, João Braga, Nuno Aguiar e Camané, entre muitos outros.
Fez parceria com músicos como Jorge Fernando, Pedro de Castro, Carlos Gonçalves (que morreu em março de 2019), Jaime Santos, José Fontes Rocha e José Nunes, entre outros.
Segundo a Enciclopédia da Música Portuguesa no Século XX, Joel Pina caraterizava-se "pela clareza da progressão do baixo executada com uma pulsação regular que permite ao fadista e ao guitarrista uma larga margem de liberdade expressiva (recorrendo muitas vezes ao tempo 'rubato' e à elaboração melódica), sem perder o controlo rítmico e o percurso harmónico de base".
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