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O combate às alterações climáticas era o desafio global antes de o Mundo ter sido invadido pela pandemia. E continua, embora a covid-19 seja percecionada como um risco mais grave que o aquecimento global. O grande desafio à nossa consciência individual será esse: teremos de olhar para as ameaças ao planeta como algo que atinge cada indivíduo e não como uma abstração.
É o que nos pede António Guterres. "Fazer as pazes com a natureza é a tarefa definidora do século XXI. Deve ser a maior prioridade para todos, em todos os lugares", sublinhou o secretário-geral da ONU. As atividades humanas, lembrou Guterres, "estão na raiz da nossa queda". Os dados não deixam dúvidas. O último relatório da Organização Meteorológica Mundial, divulgado no início do mês, mostra um 2020 prestes a tornar-se um dos três anos mais quentes de sempre. A última década já o foi e o gelo do Ártico nunca esteve em níveis tão baixos. A pandemia parou o Mundo e, pelo pior motivo, as emissões de dióxido de carbono baixaram. Ao olhar para a retoma, revelamos nada ter aprendido, pois está previsto um aumento de produção de combustíveis fósseis na ordem dos 2%. O suicídio coletivo, como lhe chamou Guterres, continua em marcha.
* Editora-executiva adjunta
IN "JORNAL DE NOTÍCIAS" - 07/12/20
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