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Um mês antes, no US Open, Naomi Osaka consagrava-se vencedora deste torneio, ao bater Victoria Azarenka.
E foi aqui, no US Open que, pela primeira vez, o prémio atribuído aos jogadores foi pago de igual forma (independentemente do género), no ano de 1973, após a denominada "Batalha dos sexos".
Este jogo pôs frente a frente a tenista Billie Jean King (de 29 anos) e o tenista Bobby Riggs (antigo número 1 mundial) e surgiu após as declarações de Riggs para a revista "Time", afirmando, sem pudor, que o ténis feminino era tão inferior que até ele, com 55 anos de idade, poderia vencer a número 1 do Mundo.
A história escreveu-se de forma diferente e Billie Jean infligiu-lhe uma humilhante derrota por três sets a 0, com os parciais de 6/4, 6/3 e 6/3.
Mas a iniciativa do torneio americano - de implementar a paridade nos prémios de jogo dos atletas, independentemente do género - só em 2001 foi seguida pelo Open da Austrália, em 2006 por Roland Garros e em 2007 pelo torneio de Wimbledon.
Foi um longo caminho - sem dúvida lento e certamente penoso - se pensarmos que as mulheres se estrearam oficialmente na modalidade em 1884.
Mas o caminho está feito e o objetivo final mostra-se cumprido. Hoje premeiam-se, de igual forma, as pessoas que optaram por fazer do ténis o seu modo de vida, dedicando-se ao trabalho árduo, sujeitando-se a uma rigorosa disciplina, elevando a modalidade a níveis de exigência e de eficácia extraordinariamente deslumbrantes.
Sejam homens, sejam mulheres.>
Mas esta realidade não é transversal a todos os desportos (é usual apontar-se o ténis como o desporto menos desigualitário do Mundo), pelo que cabe incentivar as atletas das outras modalidades a travarem a sua "batalha dos sexos" e, por via dela, a lutarem contra uma desigualdade que permanece sem razão de existir.
* Secretária da AG da Associação das Juízas Portuguesas
IN "JORNAL DE NOTÍCIAS" - 30/10/20
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