20/03/2020

LUIS GUEVARA

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Vírus ou não

"Não é um vírus, é uma guerra fria e a consequência não é uma pandemia, será uma grande recessão mundial"

Há 20 anos atrás dizia-se que num futuro, as guerras deixariam de ser conflitos armados para se tornarem guerras biológicas e económicas, pois a forma "mais viável" de destruir uma nação, é destruindo a sua moeda. Pois esse dia chegou.

As duas maiores economias do mundo: Estados Unidos e China.

Em março de 2018 começou um conflito comercial entre os Estados Unidos e a China, quando o presidente trump anunciasse a intenção de sancionar produtos chineses por 50,000 milhões de dólares, argumentando um grave histórico de práticas comerciais desleais e roubos de propriedade intelectual. O que é totalmente verdade.

Em retaliação, o governo chinês impôs pautas a mais de 138 produtos americanos. E foi assim que isto começou.

Esta guerra comercial custou à China um abrandamento económico significativo que atinge a economia mundial. O seu crescimento está a cair: em 2018, 6.6 %; em 2019, 6.1 % e tem uma previsão de 5.4 % para 2020.

Além disso, esta guerra comercial também provocou um superaquecimento da economia americana, pois esta é uma rivalidade que ultrapassa o comercial, estão em jogo todos os elementos geopolíticos para desencadear uma "guerra fria", que inevitavelmente acabará em uma grande recessão Economia Mundial.

Em 7 de dezembro de 2019, a China declarou o primeiro caso de coronavirus e na data confirmou 80,945 casos e 3180 mortes pelo novo coronavirus.

O primeiro questionamento relevante é por que a China escondeu informações sobre o vírus durante dois meses? de 17 de novembro de 2019 quando surgiu o surto, a 22 de Janeiro de 2020, data com a qual decretou a quarentena na cidade de wuhan, permitindo assim a eminente propagação do vírus.

Na minha opinião, a China ficou muito claro que um alerta para um novo vírus e uma possível pandemia iria chocar a economia mundial, mas especificamente nos preços do petróleo e, consequentemente, na economia americana.

Perante esta situação, em 5 de Março último, realizou-se uma reunião entre os 14 membros da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) para convencer a Rússia, o segundo produtor mundial de petróleo, a reduzir a produção em 1.5 milhões de barris por dia e assim amortecer a queda do preço do petróleo, mas a Rússia não aceitou.

Por que a Rússia não aceitou, se a queda dos preços estava iminente diante do coronavirus? Acontece que a Rússia compreende perfeitamente, que um corte na produção de petróleo para amortecer a queda dos preços, beneficia diretamente a economia dos Estados Unidos, e isso, a Rússia não o permitirá em nenhum cenário atual.

Aparentemente, esta decisão geopolítica e económica permitiu à Rússia manter-se nas estatísticas mais baixas da pandemia, 34 casos confirmados, 2 casos recuperados totalmente recuperados e 0 mortes. Um grande acaso para a Rússia, que aparentemente sabe coisas que nós desconhecemos.

Em contrapartida, se a queda dos preços do petróleo continuar, muitos produtores americanos poderiam ser seriamente afectados. E aparentemente, os russos estão dispostos a aguentar preços mais baixos no curto prazo para conseguir a consolidação de uma liderança russa na indústria petrolífera.

Perante a recusa russa, Arábia Saudita, o máximo produtor mundial de petróleo, informou que aumentará a produção para 10 milhões de barris diários a partir de abril e que oferecerá 20 % de desconto em mercados-chave, uma manobra que aparentemente é Uma tentativa de punir a Rússia, mas no fundo, a intenção é bater ainda mais nos Estados Unidos e tentar alinhar com novas condições comerciais.

Mas estamos a falar dos Estados Unidos e todos nós sabemos quem ele é e do que ele é capaz.

Anteriormente o presidente trump, que tem acesso aos mais avançados sistemas de pesquisa médica e científica, informou que o vírus morre aos 26 graus e não havia que se preocupar. Algumas semanas depois, os EUA tinham 1268 casos confirmados e 33 mortes.

Na minha opinião, os números são incongruentes e o que realmente aconteceu, é que o presidente trump simplesmente decidiu subir no trem da pandemia como o pretexto perfeito para fechar todas as fronteiras para a China e conseguiu. Uma verdadeira jogada de xadrez.

Então, a Rússia e a Mongólia fecham as suas fronteiras; a Coreia do Norte, Taiwan, Malásia, Vietnã, Singapura e Filipinas proíbem a entrada de cidadãos chineses e mais de 30 companhias aéreas internacionais suspendem os voos para o destino asiático.

A China foi isolada pelo mundo e pessoalmente considero que será o argumento fundamental para que a pandemia desapareça.

Como é que isto vai acabar? Com uma grande recessão económica mundial.

O México já percebe a escassez de produtos chineses. Os mercados e estabelecimentos começaram a substituir a sua oferta por produtos nacionais e americanos. Queijão!

Os coronavirus existiram há muito tempo e que agora exista uma nova forma destes, também não é algo novo que digamos.

As informações que foram divulgadas parecem-me contraditórias. Por um lado, as recomendações sanitárias para prevenir o COVID19 são demasiado simples para lidar com um vírus tão agressivo e mortal como as estatísticas descrevem.

Até foi relatado que se você estiver saudável, você não precisa usar cubrebocas, a não ser que você tenha tosse ou gripe. Mas esta última recomendação tem estado presente desde sempre.

Para concluir, gostaria de mencionar que independente as causas do coronavirus, é importante seguir as indicações sanitárias sem cair na tragédia e no constante medo do contágio.

No final, temos realmente de nos preocupar e tratar é a crise económica que se aproxima.

Então "trabalhar, economizar e cuidar do dinheiro" porque as nossas reservas internacionais para enfrentar uma crise desta magnitude, não serão suficientes.

* Mestre en Economia de Negócios em ITESM CCM
    Cidade do México

** Obrigada por este texto JMRB

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