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*Presidente da JSD
IN "DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
08/02/20
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Ambiente sem etiqueta ideológica
Acrescente preocupação com o ambiente a que hoje assistimos é muitas
vezes acompanhada por uma tentativa de apropriação ideológica. A
proteção e o cuidado pelo ambiente, a justiça climática e a
solidariedade social são apresentados como prioridades de uns partidos e
inimigos de outros. Uns são potenciais salvadores, outros são os
derradeiros causadores. Esta visão da realidade, para além de errada, é
limitadora de uma consequente discussão e ação a favor do ambiente e da
sustentabilidade.
Porque as potenciais soluções para enfrentar a crise
ambiental encontram-se também na visão social-democrata.
Desde os
seus primórdios que o PSD tem escolhido como prioridade a questão do
ambiente, da sustentabilidade e da justiça intergeracional. Foi durante
os seus governos que se criaram as primeiras pastas dedicadas ao
Ambiente depois do 25 de Abril, e que Portugal surpreendeu a Europa ao
ser pioneiro na aprovação da Lei de Bases do Ambiente. Também o último
governo do PSD, entre 2011 e 2015, contribuiu de forma muito
significativa para a redução da pegada ambiental portuguesa, ao aprovar o
Compromisso para o Crescimento Verde.
No legado do PSD
encontramos uma enorme fonte de experiência e orientação para os tempos
presentes, onde, apesar de os desafios e as circunstâncias serem outros,
assim como a sua dimensão e urgência, nos são pedidas inovadoras
soluções. Para isso, podemos e devemos recorrer aos princípios
condutores sobre os quais se fundou a atuação e a visão do PSD em
matéria de ambiente e sustentabilidade: desenvolvimento, colaboração,
liberdade e dignidade da pessoa humana.
Apenas através de um
aumento do desenvolvimento económico e social poderemos lutar por uma
sociedade ambientalmente sustentável. Os efeitos benéficos do
desenvolvimento económico dos séculos XX e XXI são inquestionáveis e
devem ser mantidos. De nada vale uma sociedade altamente preocupada com a
redução da sua pegada ecológica se a solução passar por retroceder na
qualidade de vida das pessoas. Para grandes desafios são necessárias
grandes soluções. E essas resultarão inevitavelmente da colaboração
entre instituições, privadas e públicas, da colaboração entre pessoas,
dos diversos campos de conhecimento. Esta interação, aliada à liberdade
do génio humano, será sempre mais criativa do que qualquer solução
central.
Por fim, o centro de todos estes princípios será sempre a
pessoa humana e a sua dignidade. Esta conceção implica uma certa visão
antropológica, que coloca o homem e a mulher no centro da natureza.
Fazendo parte dela, e estando-lhe por isso intimamente ligados, são
seres excecionais, não podendo ser equiparados às outras espécies nem
podendo ser desligados dela. São estes os princípios que orientam a
visão social-democrata sobre o ambiente. É por aqui o caminho que, hoje,
devemos percorrer.
*Presidente da JSD
IN "DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
08/02/20
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