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HOJE NO
"O JORNAL ECONÓMICO"
Exclusivo:
ASF vai ‘chumbar’ registo de Tomás Correia na Mutualista Montepio
Fonte ligada ao processo diz ao JE que regulador dos seguros e fundos de pensões vai aprovar os restantes 22 membros do Conselho de Administração da Mutualista, mas deixa Tomás Correia de fora, sabe o JE. ASF tinha aberto processo de avaliação de idoneidade a ex-administradores após contra-ordenação do Banco de Portugal.
A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF)
prepara-se para registar os membros do Conselho de Administração da
Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG), à excepção do presidente
desse órgão, Tomás Correia, apurou o Jornal Económico junto de fonte
ligada ao processo esta quinta-feira.
Além de Tomás Correia, o regulador liderado por Margarida Corrêa de Aguiar está a avaliar outros 22 gestores da mutualista.
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Contactada,
fonte oficial da ASF, não confirmou a informação sobre o ‘chumbo’ a
Tomás Correia, referindo que “o processo se encontra em fase final de
tramitação.”
A ASF abriu um processo de avaliação de idoneidade, na sequência do
processo de contra-ordenação do Banco de Portugal (BdP) contra
ex-administradores do Banco Montepio por violações da lei bancária
ocorridas entre 2009 e 2014.
O banco central acusou Tomás Correia
de ter sido autor “a título doloso” no “incumprimento do dever de
implementar e assegurar um sistema de controlo interno adequado e eficaz
no âmbito da função de gestão do risco de crédito praticada entre 1 de
janeiro de 2009 e 3 de junho de 2014”; por ter sido autor, a título
doloso, da violação da lei bancária (RGICSF) por “apreciação e decisão
de cinco operações de crédito, concedidas a sociedades de que era
igualmente gestor, agindo em conflitos de interesses”; por ter apreciado
e aprovado “operações de concessão de crédito, sem que tivessem sido
previamente emitidos pareceres favoráveis do órgão de fiscalização”,
entre outras infrações.
Tomás Correia foi multado pelo Banco de
Portugal (BdP) em 1,25 milhões de euros por irregularidades apontadas
enquanto presidente da Caixa Económica (2008-2015). O agora designado
Banco Montepio foi também multado em 2,5 milhões.
Outros sete
administradores executivos das equipas de Tomás Correia – José Almeida
Serra, Álvaro Dâmaso, Eduardo Farinha, Rui Amaral, Paulo Magalhães,
Jorge Barros Luís e Pedro Ribeiro – foram também multados em coimas
menores. Ao todo, somam 4,8 milhões.
Mas em 9 de setembro, esse
processo do BdP, que desencadeou a avaliação da idoneidade pela ASF,
sofreu um forte revés. O Tribunal do Comércio de Santarém – Tribunal da
Concorrência, Regulação e Supervisão (TCRS) – declarou nula em primeira
instância a condenação de Tomás Correia presidente da Associação
Mutualista Montepio Geral, feita pelo Banco de Portugal bem como a
condenação de todos os ex-administradores do Montepio.
O BdP anunciou que ira recorrer da decisão.
Esta
quarta-feira, Tomás Correia, disse ao Jornal Económico que não está
prevista qualquer renúncia ao cargo na reunião com o conselho geral da
Associação Mutualista Montepio Geral, um órgão que por via das mudanças
estatutárias deixará de existir.
A resposta veio em seguimento de o
jornal online Eco ter noticiado que Tomás Correia convocou um último
conselho geral da Associação Mutualista Montepio Geral e que irá
apreciar os resultados das empresas do grupo, mas que entre alguns
conselheiros existe a expectativa de que o presidente da AMMG poderia
anunciar uma renúncia ao cargo, precipitada por um potencial chumbo do
regulador em relação ao seu registo.
* Precisa-se gente idónea na banca e seguros mas está difícil.
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