A cooperação como factor
crítico de competitividade
As empresas portuguesas continuam a enfrentar desafios estruturais de competitividade que condicionam o seu desempenho financeiro. O esforço coletivo centrado na cooperação é determinante para atenuar os problemas de escala competitiva e de fragmentação do tecido empresarial.
Dados do INE referentes a 2017 mostram que a
percentagem de PME em Portugal representa 99,9% do tecido empresarial,
sendo que as microempresas (até 9 trabalhadores) representam 96,2%. O
aumento do nível da colaboração nas empresas, entre empresas e com
outras fontes externas de inovação é o caminho que se afigura mais
rápido e menos oneroso para a consolidação do tecido empresarial
nacional, para a construção de redes de negócio e para o desenvolvimento
de práticas de inovação.
O estabelecimento de relações com agentes
externos é uma forma de manter vigilância sobre avanços tecnológicos,
implicar clientes e fornecedores em processos de inteligência
competitiva e garantir conhecimento estratégico sobre tendências de
mercado. A análise de 2018 da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e
Ciência ao Inquérito Comunitário mostra que 18,3% das empresas
portuguesas com atividades de inovação de produto ou processo reportaram
a colaboração com parceiros externos nas suas atividades de inovação. A
preferência pelo tipo de parceiro concentrou-se muito nos fornecedores
das empresas (11,7%), seguindo-se os clientes ou consumidores do setor
privado (9,6%) e as universidades (8,5%). Para mitigar problemas de
ritmo e de linguagem que ainda persistem e que certamente contribuem
para estas percentagens, as associações empresariais podem intermediar
as relações das empresas, mormente as micro e PME, com centros de
investigação, academia, fundações, organismos reguladores, entre outros.
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Por outro lado, o espaço concedido ao intraempreendedorismo permite
encontrar soluções para problemas ou criar novos produtos, serviços,
rotinas, com riscos mínimos de investimento. Os colaboradores da
organização estão familiarizados com o negócio e através de estratégias
como brainstorming, caixas de sugestões, focus groups
interdepartamentais ou simplesmente tempo para criar permitem a geração
de propostas inovadoras. A experiência da AEP, nomeadamente no programa
Formação PME que através da modalidade de formação-ação intervém na
gestão, na organização e na qualificação, está repleta de exemplos onde a
cooperação intraempresarial, com a moderação de especialistas, permite
desde a redução de desperdícios à comunicação mais eficiente e à criação
de algo novo.
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A colaboração para a inovação é fundamental para sustentar a
competitividade das empresas, dos territórios, do país. A criação e
dinamização de redes de inovação é um trabalho em contínuo, paulatino,
mas que desagua em resultados concretos para as empresas. Este é o
caminho que está a ser feito em aeplink.pt para potenciar parcerias e
negócios. Por missão e por crença estaremos comprometidos com o aumento
do grau de cooperação nas atividades de inovação das empresas, em
particular das PME. Registe-se em www.aeplink.pt
Paula Silvestre é diretora da AEP Competitividade
* Directora da AEP Competitividade
IN "DINHEIRO VIVO"
03/09/19
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