07/09/2019

PAULA SILVESTRE





A cooperação como factor 
crítico de competitividade

As empresas portuguesas continuam a enfrentar desafios estruturais de competitividade que condicionam o seu desempenho financeiro. O esforço coletivo centrado na cooperação é determinante para atenuar os problemas de escala competitiva e de fragmentação do tecido empresarial.

Dados do INE referentes a 2017 mostram que a percentagem de PME em Portugal representa 99,9% do tecido empresarial, sendo que as microempresas (até 9 trabalhadores) representam 96,2%. O aumento do nível da colaboração nas empresas, entre empresas e com outras fontes externas de inovação é o caminho que se afigura mais rápido e menos oneroso para a consolidação do tecido empresarial nacional, para a construção de redes de negócio e para o desenvolvimento de práticas de inovação.

O estabelecimento de relações com agentes externos é uma forma de manter vigilância sobre avanços tecnológicos, implicar clientes e fornecedores em processos de inteligência competitiva e garantir conhecimento estratégico sobre tendências de mercado. A análise de 2018 da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência ao Inquérito Comunitário mostra que 18,3% das empresas portuguesas com atividades de inovação de produto ou processo reportaram a colaboração com parceiros externos nas suas atividades de inovação. A preferência pelo tipo de parceiro concentrou-se muito nos fornecedores das empresas (11,7%), seguindo-se os clientes ou consumidores do setor privado (9,6%) e as universidades (8,5%). Para mitigar problemas de ritmo e de linguagem que ainda persistem e que certamente contribuem para estas percentagens, as associações empresariais podem intermediar as relações das empresas, mormente as micro e PME, com centros de investigação, academia, fundações, organismos reguladores, entre outros. 
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Por outro lado, o espaço concedido ao intraempreendedorismo permite encontrar soluções para problemas ou criar novos produtos, serviços, rotinas, com riscos mínimos de investimento. Os colaboradores da organização estão familiarizados com o negócio e através de estratégias como brainstorming, caixas de sugestões, focus groups interdepartamentais ou simplesmente tempo para criar permitem a geração de propostas inovadoras. A experiência da AEP, nomeadamente no programa Formação PME que através da modalidade de formação-ação intervém na gestão, na organização e na qualificação, está repleta de exemplos onde a cooperação intraempresarial, com a moderação de especialistas, permite desde a redução de desperdícios à comunicação mais eficiente e à criação de algo novo. 
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A colaboração para a inovação é fundamental para sustentar a competitividade das empresas, dos territórios, do país. A criação e dinamização de redes de inovação é um trabalho em contínuo, paulatino, mas que desagua em resultados concretos para as empresas. Este é o caminho que está a ser feito em aeplink.pt para potenciar parcerias e negócios. Por missão e por crença estaremos comprometidos com o aumento do grau de cooperação nas atividades de inovação das empresas, em particular das PME. Registe-se em www.aeplink.pt Paula Silvestre é diretora da AEP Competitividade

* Directora da AEP Competitividade

IN "DINHEIRO VIVO"
03/09/19

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