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Terminou a Cimeira.
Conselho escolhe uma mulher
para liderar a Comissão
Os lideres europeus fecharam um acordo, para a distribuição dos cargos de topo, propondo uma alemã para liderança da Comissão. Chama-se Ursula von der Leyen. António Costa assumiu ter sido convidado para um destes cargos de topo, mas que o seu compromisso é com Portugal e com os portugueses
Numa cimeira marcada por um longo impasse, os 28 escolheram pela
primeira vez, na história da Construção Europeia, uma mulher para
liderar o executivo comunitário.
A atual ministra Alemã da Defesa,
Ursula von der Leyen é a proposta do Conselho Europeu, para presidir a
Comissão Europeia. A informação foi confirmada oficialmente pelo
presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk.
Ursula von der Leyen |
Com a Militante do CDU alemão, do circulo restrito de Angela Merkel, que
esteve em todos os governos da chanceler, apontada para substituir
Jean-Claude Juncker, a presidência do Conselho Europeu será entregue ao
liberal belga, atual primeiro-ministro do governo de gestão, Charles
Michel.
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O cargo de Alto Representante para a Política Externa é atribuído à
família dos socialistas, com o atual ministro espanhol dos Negócios
Estrangeiros, Josep Borrell a liderar a diplomacia europeia.
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Josep Borrell |
Dependendo da escolha que for feita amanhã pelo Parlamento Europeu, a
instituição com sede em Estrasburgo, poderá vir a ser liderada pelo
socialista búlgaro Serguei Stanishev, vindo a partilhar o mandato com o
conservador alemão Manfred Weber, na segunda metade.
António Costa diz que solução alcançada é boa e equilibrada
Primeiro-ministro português disse hoje em Bruxelas considerar que a
solução encontrada ao fim de três dias para os cargos de topo da União
Europeia "é boa" e "equilibrada" em termos de género.
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Duas mulheres na liderança da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu e dois homens na presidência do Conselho Europeu e na gestão da Política Externa.
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Christine Lagarde |
Duas mulheres na liderança da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu e dois homens na presidência do Conselho Europeu e na gestão da Política Externa.
Para
António Costa esta foi a solução encontrada e que permitirá à Europa
avançar, embora tenha salientado que teria ficado mais satisfeito com o
acordo alcançado anteriormente. O governante português confirmou aos
jornalistas que ao longo desta maratona negocial foram alcançados dois
acordos que acabaram por não ser aprovados pelo Conselho Europeu.
Costa
referiu também que só foi encontrada uma solução porque os governos
socialistas não se quiseram tornar numa força de bloqueio. "O pior que
poderíamos fazer era tornarmo-nos uma minoria de bloqueio".
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Ao
mesmo tempo, o primeiro-ministro português deixava um alerta ao referir
que o grupo do PPE está refém de políticos como Matteo Salvini,
vice-primeiro ministro italiano.
O primeiro-ministro
assumiu ainda ter sido convidado para exercer um dos cargos de topo da
União Europeia, tendo recusado por estar "exclusivamente" dedicado ao
seu compromisso com Portugal e com os portugueses.
"É
sabido que sim", respondeu sucintamente o primeiro-ministro ao ser
questionado sobre se teria sido convidado para desempenhar um dos cargos
incluídos no 'pacote' fechado hoje pelo Conselho Europeu.
Escusando-se
a entrar em pormenores, António Costa recordou que o seu compromisso é
"com os portugueses, com Portugal e em Portugal nos próximos anos,
exclusivamente".
"Já disse o que tinha a dizer várias vezes sobre
essa matéria. não tenciono desertar de Portugal. Estou muito empenhado
em continuar a fazer o que tenho vindo a fazer, como aliás está
provado", reforçou.
Charles Michel diz ser uma tarefa de grande responsabilidade
O primeiro-ministro belga em funções, o liberal Charles Michel, foi
nomeado para a presidência do Conselho Europeu, que considerou ser uma
tarefa de "grande responsabilidade". Tornar a "Europa unida com respeito
pela diversidade nacional" é o objetivo do seu mandato.
"Ser
apontado para presidente do Conselho Europeu é uma grande
responsabilidade e uma tarefa que vou cumprir com empenho. O meu
objetivo consiste numa Europa unida com respeito pela diversidade
nacional. Solidariedade, liberdade e respeito mútuo são o cerne da União
Europeia. Vou defender estes valores", referiu em mensagem na sua conta
na rede social Twitter.
O agora nomeado para o Conselho
Europeu defendeu ainda a unidade, a diversidade e a solidariedade como
instrumentos fundamentais para enfrentar os desafios da UE.
"É
importante proteger e promover a nossa unidade, a nossa diversidade e,
especialmente, a nossa solidariedade", disse Michel numa conferência de
imprensa após a sua nomeação pelos membros da UE por unanimidade.
Michel,
de 43 anos e chefe do Governo da Bélgica desde 2014, deverá tornar-se
no terceiro presidente do Conselho Europeu, uma instituição que
representa os 28 Estados-membros da UE, depois do também belga Herman
Van Rompuy (2010-2014) e o polaco Donald Tusk (2014-2019).
"Os
desafios que temos adiante são numerosos, são imensos. Vamos precisar
de uma capacidade de diálogo e respeito", porque são "a base e a chave
para alcançar compromissos úteis que agreguem valor ao projeto europeu",
acrescentou Michel, referindo ainda que "esses desafios são também
oportunidades".
O primeiro-ministro belga disse ainda estar ciente
de que na sua nova posição, em que atuará como moderador entre as
capitais para conseguir acordos, terá de ser capaz de federar e reunir
os chefes de Estado e governo dos 28 em torno de compromissos úteis".
Lagarde satisfeita com nomeação para BCE
A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine
Lagarde, já se manifestou sobre a sua nomeação para o BCE e disse estar
"muito honrada", segundo um comunicado divulgado pelo FMI, anunciando
ainda que, depois de ter consultado o Comité de Ética do Conselho de
Administração, decidiu deixar temporariamente as suas funções de
diretora-geral do FMI durante o período de nomeação.
A ex-ministra das Finanças de França desempenhou o cargo de diretora-geral do FMI nos últimos oito anos.
Christine Lagarde tornou-se em 2011 a primeira mulher a chefiar o FMI - ao substituir Dominique Strauss-Kahn, outro ex-ministro francês que teve que
renunciar ao cargo devido a um escândalo sexual - e agora voltará a ser
pioneira ao substituir o atual presidente do BCE, o italiano Mario
Draghi.
O BCE é uma instituição que atualmente tem apenas duas mulheres entre os 25 membros do seu corpo máximo, o conselho de governadores.
Tusk diz que todos os líderes da UE apoiaram pacote de candidatos
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, salientou que todos os líderes da União Europeia (UE) apoiaram o pacote de candidatos hoje apresentados para cargos de topo, apesar da abstenção formal da Alemanha.
"Conseguimos
chegar a um acordo sobre todo o acordo antes da primeira sessão do
Parlamento Europeu (PE). Há cinco anos demorámos três meses e ainda
assim houve líderes que contestaram, desta vez levámos três dias mas ninguém foi contra", salientou Tusk, acrescentando que
"apesar de se ter abstido na indicação para a Comissão Europeia devido a
problemas internos na coligação do Governo, pessoalmente a chanceler
Merkel apoiou o conjunto" das escolhas.
O presidente do
Conselho Europeu reagiu em conferência de imprensa ao final da tarde,
após três dias de cimeira, manifestando-se satisfeito por se ter
conseguido alcançar "um equilíbrio de género, com duas mulheres" em
quatro cargos.
"Valeu a pena esperar por um resultado destes",
disse, saudando a indicação da ministra da Defesa alemã, Ursula von der
Leyen para a presidência da Comissão Europeia e da diretora do FMI,
Christine Lagarde, para o Banco Central Europeu (BCE).
Tusk disse também esperar que o PE, que
elege esta quarta-feira o seu presidente, contribua para o equilíbrio
das forças políticas, nomeando para a primeira metade do mandato de
cinco anos um eurodeputado do grupo dos Socialistas e Democratas
(S&D, que integra o PS) e na segunda parte um do Partido Popular Europeu (PPE, a que pertence Von der Leyen.
Sobre o equilíbrio geográfico, o ainda presidente do Conselho Europeu acrescentou esperar que a escolha do PE recaia sobre cidadãos da Europa Central e Oriental.
Questionado sobre o facto de não ter sido escolhido nenhum dos 'spitzenkandidaten' (candidatos principais) que se apresentaram ao cargo de presidente da Comissão Europeia nas eleições ao PE, Tusk lembrou que "era claro desde o início que este não era um procedimento obrigatório".
"Quisemos respeitar tanto as pessoas como o procedimento", sublinhou, adiantando que tanto o holandês Franz Timmermans (socialista) como a dinamarquesa Margrethe Vestager (liberal) serão nomeados primeiros vice-presidentes numa futura 'Comissão Von der Leyen'.
Brexit: Nova equipa da União Europeia deve opor-se a uma renegociação
Sobre o Brexit, Tusk, disse ter "a certeza absoluta" de que a nova
equipa à frente dos destinos da União Europeia (UE) se oporá a uma
renegociação do 'Brexit'.
"Tenho a certeza absoluta de que
os novos dirigentes das nossas instituições serão tão coerentes como
nós no que respeita ao acordo de saída [do Reino Unido] e à nossa
disponibilidade para discutir a futura relação" com Londres, disse Tusk
aos jornalistas.
O acordo de saída que a UE se recusa a
renegociar foi fechado com a primeira-ministra demissionária Theresa May
e rejeitado já por três vezes pelo Parlamento britânico.
Os candidatos à substituição de May são Boris Johnson, favorável a uma saída sem acordo, e Jeremy Hunt.
Merkel diz que foi importante chefes de Estado terem alcançado uma solução
A chanceler alemã Angela Merkel sublinhou hoje a importância de um
amplo acordo na União Europeia (UE) na designação dos futuros líderes
após três dias de impasse ao referir que "todos tinham que tomar
decisões e tomaram-nas".
"Foi importante que termos sido capazes
de decidir hoje em grande unidade, e isso é importante porque se trata
da nossa futura capacidade para trabalhar", disse em declarações aos
'media'.
Merkel acrescentou que atendendo às diferentes
perspetivas surgidas durante a cimeira, "é de grande valor que tenhamos
conseguido isto".
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Numa referência à designação da sua
ministra da Defesa, Ursula von der Leyen, para a presidência da Comissão
Europeia, a chanceler alemã considerou "constituir um bom sinal que
este cargo seja pela primeira vez assumido por uma mulher" e sublinhou
que, caso seja aprovada pelo Parlamento europeu, von der Leyen será a
primeira pessoa de nacionalidade alemã a dirigir o executivo europeu
desde há 52 anos.
Neste período, a França garantiu "quatro presidentes" da Comissão, recordou.
Ao
pronunciar-se sobre a designação do chefe da diplomacia de Espanha,
Josep Borrel, para o cargo de Alto representante da política externa da
UE, Merkel assegurou que fará "um bom trabalho".
Durão Barroso elogia escolhas para cargos da UE
O ex-presidente da Comissão Europeia (CE) e antigo primeiro-ministro
português Durão Barroso elogiou os escolhidos para os cargos de topo da
União Europeia (UE,) numa mensagem publicada na rede social Twitter.
"O
grupo de líderes proposto para os cargos de topo da União Europeia,
como Von der Leyen, Michel, Lagarde e Borrell é realmente equilibrado,
com muito experiência e verdadeiramente europeus comprometidos. Estou
confiante de que desempenharão uma liderança real para uma UE mais forte. Meus melhores desejos!", referiu Barroso no Twitter.
* A lista contém alguns trastes de alto gabarito, teremos tempo para revelar.
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