.
.
HOJE NO
"DINHEIRO VIVO"
Braço-de-ferro à vista entre Parlamento
e Banco de Portugal
Assembleia da República avisa o supervisor
que tem a "última palavra" sobre a lista dos grandes devedores aos
bancos que tiveram ajuda pública.
O aviso é claro da parte da Assembleia da
República e o destinatário é o Banco de Portugal (BdP). A contenda é a
divulgação ou não da lista dos grandes devedores que consta do relatório
extraordinário elaborado pela equipa do Governador, mas que o
supervisor quer manter em segredo.
O secretário da Mesa da Assembleia da República, Duarte Pacheco, foi o
porta-voz do recado a Carlos Costa: “a Comissão de Finanças irá analisar
a informação que o Banco de Portugal considera que pode ser
disponibilizada publicamente, fará a sua avaliação e em contactos que
irão ser feitos entre a comissão e o BdP ficará definido se a comissão
aceita esse critério ou se a comissão considera que há informação que
está catalogada e que não deveria estar, porque a última palavra cabe ao
Parlamento“, avisou.
Em causa estão o “Apêndice 2” e o Anexo do
relatório extraordinário pedido pelos deputados ao BdP sobre os créditos
concedidos nos últimos 12 anos a bancos que tiveram ajudas do Estado e
que totalizam 23,8 mil milhões de euros.
Na passada quinta-feira, quando entregou o relatório à Assembleia da
República, o BdP fez saber, através de comunicado, que “a informação
reportada compreende informação abrangida pelo segredo bancário, nos
termos da lei”, acrescentando que o documento seria divulgado pelo
supervisor “à exceção da informação abrangida pelo segredo bancário.”
O deputado do PSD, Duarte Pacheco, sublinhou no final da reunião desta
terça-feira que há algumas cautelas que o Parlamento tem de ter,
nomeadamente o facto de “não se poder tratar de igual forma empresas que
são cumpridoras e empresas que não o são.”
O secretário da Mesa da Assembleia da República afirmou, por outro lado,
que é preciso “salvaguardar a estabilidade do sistema financeiro”, um
argumento também utilizado pelo Banco de Portugal para reter a
informação desagregada sobre os créditos concedidos.
Ainda por definir estão as condições de acesso dos deputados à
informação do relatório que estará sob sigilo bancário, e aqui ficou
mais uma vez o aviso: “o Parlamento terá sempre a última palavra sobre o
que é oportuno divulgar”, indicou Duarte Pacheco.
Para a manhã desta quarta-feira, dia 29 de maio, às 11h, foi marcada
uma conferência de líderes extraordinária para discutir o tema.
* Parece que a notícia informa de que o Banco de Portugal protege os grandes caloteiros deste país, é novidade para alguém?
.
Sem comentários:
Enviar um comentário