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* Empresário
IN "JORNAL DE NEGÓCIOS"
23/04/19
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Assédio digital,
separação entre vida
privada e profissional
Se as empresas não podem enviar e-mails fora das horas de expediente porque invadem a vida privada, também os colaboradores não poderão enviar e-mails para resolver assuntos pessoais no horário de trabalho.
Uma empresa enviar um e-mail ao seu colaborador às 19h30m, brevemente poderá ser ilegal.
No ambiente político
português, já há manifestações para ilegalizar o envio de
correspondência eletrónica por parte das entidades patronais fora do
horário de expediente.
A pressão para que haja uma separação entre a vida pessoal e profissional é cada vez maior.
Será que podemos separar a vida privada e a vida profissional?
Esta
divisão é contranatura, se estamos bem a nível pessoal
proporcionalmente estamos mais felizes e produtivos e o contrário também
se passa. O trabalho faz parte da nossa realização pessoal.
Se
as empresas não podem enviar e-mails fora das horas de expediente
porque invadem a vida privada, também os colaboradores não poderão
enviar e-mails para resolver assuntos pessoais no horário de trabalho. E
será que um/a colaborador/a pode atender uma chamada privada enquanto
está no trabalho? E se o/a colaborador/a precisar de sair mais cedo para
ir a uma consulta com o seu filho, e por sua conveniência desejar
consultar e enviar um e-mail para a sua empresa fora do seu horário?
Quando falamos nestes movimentos legislativos, estamos a castrar a nossa liberdade, e não estamos a investir onde devíamos.
Os
abusos por parte de algumas entidades patronais surgem porque quem está
à frente das mesmas são pessoas mal formadas a nível empresarial e
enquanto cidadãos/ãs, que não são dotados dos mais elementares
princípios cívicos. Mas também os colaboradores/as que se deixam abusar
também detém uma medíocre formação cívica e empresarial, pois ao serem
abusados não são bons colaboradores/as, ao estarem sempre online a sua
produtividade será certamente mais baixa e a isso chama-se negligência.
Antes de leis restritivas, prefiro bons empresários e cidadãos com princípios, que façam uso livremente da sua vontade.
* Empresário
IN "JORNAL DE NEGÓCIOS"
23/04/19
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