24/03/2019

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ESTA SEMANA NO 
"EXPRESSO"
Hospitais adiam exames oncológicos
 para ter lucro

Equipas deixam os doentes à espera para dar prioridade a colonoscopias preventivas, pagas a dobrar pelo Ministério. “É uma vergonha”, dizem especialistas

Centenas de doentes em tratamento nos hospitais e institutos de oncologia públicos a aguardar exames ao cólon e reto estão a ser ultrapassados por utentes que só vão fazer colonoscopias de rastreio. 
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 O Ministério da Saúde paga a dobrar estas intervenções preventivas, tornando-as lucrativas para as unidades e para os profissionais, que assim preferem dar-lhes prioridade. A denúncia é feita pela Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia. As Administrações Regionais de Saúde (ARS) justificam a opção, frisando que o rastreio é fundamental para reduzir a mortalidade.

O programa de rastreio à população do cancro colorretal existe há vários anos mas era incipiente até ao ano passado, quando o Ministério passou a garantir aos hospitais um incentivo financeiro para a prevenção. Uma colonoscopia na atividade regular é paga por 169,73 euros, o mesmo que recebem os privados com acordo, mas vale 378 euros se for feita no âmbito da vigilância precoce para aferição de pólipos e lesões cancerígenas. A diferença visa aumentar a adesão das equipas a uma tarefa extra e está a surtir efeito.

* Palavras para quê?

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