22/03/2019

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HOJE NO 
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Búzi pode ser engolido pelas águas em 24 horas e com ele cem mil pessoas. Ciclone Idai já fez 200 mortos

Cem mil pessoas correm risco de vida nas próximas 24 horas no distrito de Búzi, Moçambique, na sequência do ciclone Idai. O alerta é da Save The Children, segundo a qual há 2500 crianças em perigo só na capital do distrito. Presidente Filipe Nyusi confirma 200 mortos e decreta estado de emergência.

O presidente de Moçambique atualizou o número de mortos esta noite, após uma reunião do Conselho de Ministros realizado na cidade da Beira, parcialmente destruída pelo ciclone. Filipe Nyusi anunciou que vai decretar o estado de emergência devido à gravidade da situação.
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As próximas horas são cruciais para a sobrevivência da população de Búzi, distrito da província de Sofala, no centro de Moçambique. Mais de cem mil pessoas correm risco de vida devido à subida dos caudais das barragens e dos rios depois da passagem do ciclone Idai, que atingiu o norte do país na noite de quinta para sexta-feira.

Casas, escolas, hospitais e outras infraestruturas ficaram destruídas à passagem do ciclone, persistindo as chuvas torrenciais. O presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse na segunda-feira estar convencido de que a tempestade terá provocado mais de mil mortos, mas hoje confirmou haver 200 vítimas mortais já confirmadas.

As previsões oficiais apontam para 600 mil pessoas afetadas, incluindo 260 mil crianças. Mas a maior preocupação neste momento é o resgate de cem mil pessoas no distrito de Búzi.

Os aviões que têm sobrevoado a região mostram uma área com 48 km da largura completamente submersa. As imagens obtidas apontam para que a cidade de Búzi, onde se estima residirem 2500 crianças, possa estar submersa em 24 horas. "É uma corrida contra o tempo", disse Machiel Pouw, responsável pela Save the Children em Moçambique.

"As proporções deste desastre estão a aumentar a cada minuto e a Save the Children está gravemente preocupada com as crianças e as suas famílias ainda em risco à medida que as águas das enchentes continuam a subir", explicou a ativista.


O que descreve é catastrófico: "Milhares de crianças viviam em áreas completamente engolidas pela água. Em muitos lugares, não se vislumbram os telhados ou as copas de árvores, submersos pelas inundações. Noutros, as pessoas estão em cima dos telhados esperando desesperadamente para serem resgatadas."

Além das pessoas que correm perigo imediato de vida, há muitos deslocados devido às cheias e que vivem sem água potável, comida, abrigo e assistência médica.

Ciclone Idai apontado como o desastre climático mais grave do hemisfério sul

A Save the Children está a trabalhar em coordenação com o governo e o Instituto Nacional de Gerenciamento de Desastres para apoiar as crianças afetadas pelo desastre. Estão a caminho da Beira três camiões, com material de socorro e de primeira necessidade. Eum avião de carga com 51 toneladas de materiais, como baldes, lonas, galões e tendas multifuncionais vai a caminho de Maputo. A sua chegada está prevista para esta quarta-feira.

A associação Save the Children, em conjunto com as organizações não governamentais CARE Internacional e Oxfam, formam o consórcio COSACA, de apoio humanitário à população moçambicana, e reforçam o pedido de ajuda do presidente Filipe Nyusi.

O mesmo apelo é feito por outras associações, como a UNICEF, No sábado, foi criado o grupo no Facebook Unidos por Beira, referindo que os donativos serão encaminhados para o Ocean África, navio que vai deslocar-se para a região afetada.

Apelos que estão a ter resposta internacional de governos, autoridades, associações humanitárias, clubes, etc.

O ciclone atingiu também o Malawi e o Zimbabwe. Segundo a secretária-geral da Commonwealth, Patricia Scotland, contam-se 222 mortos nos três países e 1,5 milhões de pessoas afetadas, mas número de vítimas mortais duplicou em Moçambique já depois deste balanço.

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) admite que o ciclone Idai possa ser um dos piores desastres climáticos no hemisfério sul, a confirmar-se o número de vítimas da catástrofe.

* Uma tragédia, o povo moçambicano não merece, é demasiado mau.

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