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Fica a reflexão.
IN "DELAS"
18/01/10
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Tribos online:
diz-me onde pões o like,
digo-te quem és
Não são os sítios que fazem as pessoas. São as pessoas que fazem os sítios.
É cliché, mas tão verdade.
Tribos sempre existiram, podemos chamar-lhe comunidades ou mesmo
grupos organizados. Foi assim que a humanidade chegou onde chegou, mais
longe do que qualquer outra espécie. Segundo nos conta Yuval Noah
Harari, no seu bestseller “Sapiens – Uma história breve da Humanidade”.
Hoje em dia, sabemos facilmente quem anda com quem, quem se dá com
quem e possivelmente quem odeia quem. As redes sociais são uma montra da
vida. Mas como qualquer montra, muitas das contas são montadas para
serem bonitas à vista. Portanto, sendo uma montra não representa a
realidade da loja, mas sim a imagem que a loja quer passar para o
exterior.
Muitas vezes a montra está linda e quando entramos na loja a
desarrumação é caótica. E as lojistas antipáticas. Uma montra bonita não
significa que o interior da loja seja imaculado.
Será que por ter amigos que não têm redes sociais, ou que não ligam,
estou abaixo da cadeia social? Será que todas as semanas devo jantar
fora para ter boas fotografias para o Instagram?
Os meus likes nas redes sociais sociais não me deveriam
definir, pois muitas vezes são colocados em contas estratégicas dadas
pelo algoritmo, gerido da forma que lhe for mais benéfico.
Posso não ter patrocínios para jantar fora todas as semanas, para
vestir as roupas da marca e, inclusivamente, para estar sempre em festas
e jantares que aparentemente parecem perfeitos.
Mas será que as pessoas que não colocam fotografias perfeitas podem
ter vidas recheadas e felizes? Podem. Podem ter amigos divertidos e que
são mesmo amigos, e podem ainda, surpresa das surpresas estar de bem com
a vida.
Aquelas tribos que Yuval fala são grupos que se organizaram em que
tudo era partilhado, a comida, bebida, e os relacionamentos sexuais eram
permitidos entre todos. A vivência era feita em pequenas vilas que não
tinham interação com as outras. Ainda segundo o autor a “fofoca” foi o
que permitiu a expansão da espécie.
Ora, ninguém diria que a “fofoca” foi a razão pela qual o homem
dominou as outras espécies. Se assumirmos que haverá sempre fofoca, tal
como montras, como é que podemos individualmente, navegar os meandros
tecnológico sem ficarmos melindrados pelas vidas dos outros?
Fica a reflexão.
IN "DELAS"
18/01/10
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