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HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
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Centeno já cativou mais do
que o Governo PSD/CDS
A
despesa pública orçamentada que acabou por não ser libertada ao fim do
ano pelo Ministério das Finanças (as chamadas cativações finais)
ascenderá a dois mil milhões de euros no período de 2016 a 2018, de
acordo com dados avançados pelo ministro das Finanças, Mário Centeno, e
outras entidades que seguem as contas públicas. O valor supera os 1950
milhões cativados no governo PSD/CDS, quase cinco anos, entre 2011 e
2015.
De acordo informações do
próprio Governo, através da Direção-Geral do Orçamento, e outras,
também oficiais, organizadas pela Unidade Técnica de Apoio Orçamental
(UTAO) e pelo Conselho das Finanças Públicas (CFP), nos primeiros dois
anos da legislatura, o Executivo de Costa e Centeno não autorizou gastos
de 1506 milhões de euros (cativações finais) num bolo de despesa
inicial na ordem dos 3618 milhões de euros.
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Este
valor foi sobretudo empolado pelo que aconteceu em 2016, ano em que as
cativações iniciais foram muito maiores face ao normal, dando um
contributo crucial para que o défice caísse para um mínimo de 2% do
produto interno bruto e permitisse ao país sair do Procedimento dos
Défices Excessivos (PDE), algo muito celebrado por Centeno e seus pares
na Europa.
Em 2016, a despesa cativada no arranque do
ano disparou para uns inéditos 1733 milhões de euros. Só para se ter um
termo de comparação, no primeiro ano do ajustamento da "troika" e do
PSD-CDS (2011), os cativos iniciais foram 675 milhões; no ano seguinte
(2012), quando o governo avançou para cortes profundos e diretos em
salários, pensões e apoios sociais, o valor congelado foi de 669
milhões; em 2013, o ano do "enorme aumento de impostos", os cativos
iniciais foram de 420 milhões.
Em 2014,
último ano do ajustamento, o valor congelado logo no começo do ano
subiu para 1123 milhões e em 2015, último ano do Governo de Direita, a
verba foi reforçada para os 1202 milhões de euros.
Os
valores dos cativos foram mais baixos. Isso explica-se com o facto de,
durante os anos do ajustamento, o governo ter aplicado medidas de
austeridade de tal envergadura que não precisou de recorrer tanto ao
expediente das cativações.
Quando o PS
chega ao poder em 2016 com as suas políticas de devolução de rendimentos
e de menores restrições em algumas rubricas de despesa, mas já com a
saída do PDE em vista, Mário Centeno resolveu maximizar o previsto na
Lei de Enquadramento Orçamental. Foi assim que surgiu a cativação de
1733 milhões de euros em 2016, dos quais ficaram por gastar 943 milhões
de euros em despesa, um máximo histórico.
Na
quinta-feira, Teodora Cardoso, a presidente do CFP, explicou aos
deputados que em 2016 houve um "excedente" em termos de cativações,
ficaram "muito acima do normal" e que foi por isso que, a partir dessa
altura, fez com que o tema entrasse na ordem do dia. "Até aí ninguém
tinha dado por elas", disse.v
Controlar serviços
Ainda
não se conhece o valor das cativações para 2019, mas a proposta de lei
do orçamento prevê que as regras gerais se mantenham. Assim, 12,5 % das
despesas afetas a projetos não cofinanciados dependem do visto final do
ministro da Finanças, que fica com o poder de autorizar ou não 15 % das
dotações iniciais dedicadas à aquisição de bens e serviços.
Congelar 580 milhões
Segundo
a proposta do Governo, o teto máximo das cativações iniciais totais
previstas para 2019 vai ser indexado ao valor inicial de 2017. Sabe-se
que há 580 milhões de euros identificados para congelar. Se fosse
executada, esta parte da despesa daria um défice final anual de 0,5%.
Como o governo tem por objetivo um défice de 0,2%, significa que aquele
valor vai ficar intacto.
* Qual será o organismo internacional que acena a mais um ministro das Finanças português, que depois duma teatralidade social que até a nós enganou, se reverte para menino bem comportado para os Donos Disto Tudo? É uma questão de tempo.
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