.
Cheios de graça
Brezhnev
adorava aparecer em público repleto de medalhas. Foi ele, aliás, que
criou a medalha dos 50 anos de membro do Partido, para a atribuir a si
próprio no seu 75º aniversário.
.
Uma
forma de reconhecimento público é a atribuição de uma condecoração.
Quem não gosta de exibir no peito uma medalha, sinal que a pátria lhe
reconhece um contributo notável? Mas, como em todos os campos, muitas
injustiças foram feitas ao longo dos tempos.
Leonid Brezhnev, que dirigiu a União Soviética entre 1964 e 1982, atribuiu-se uma medalha por serviços prestados na Segunda Guerra Mundial, como ao seu genro que tinha cinco anos quando o conflito começou. O que terá feito este último não sabemos, mas não roubou a chucha de Hitler.
Brezhnev adorava aparecer em público repleto de medalhas, entre as quais se contavam seis Ordens de Lenine, duas Ordens da Revolução de Outubro e três medalhas de Herói Socialista do Trabalho, se bem que esta última – criada em 1938, atribuída pela primeira vez a Estaline e recriada por Putin em 2013 sem o “socialista” – tivesse, nos seus 50 anos de existência, sido concedida a 20 mil notáveis, três vezes a 16 deles (nomeadamente a Nikita Krushev).
Leonid Brezhnev, que dirigiu a União Soviética entre 1964 e 1982, atribuiu-se uma medalha por serviços prestados na Segunda Guerra Mundial, como ao seu genro que tinha cinco anos quando o conflito começou. O que terá feito este último não sabemos, mas não roubou a chucha de Hitler.
Brezhnev adorava aparecer em público repleto de medalhas, entre as quais se contavam seis Ordens de Lenine, duas Ordens da Revolução de Outubro e três medalhas de Herói Socialista do Trabalho, se bem que esta última – criada em 1938, atribuída pela primeira vez a Estaline e recriada por Putin em 2013 sem o “socialista” – tivesse, nos seus 50 anos de existência, sido concedida a 20 mil notáveis, três vezes a 16 deles (nomeadamente a Nikita Krushev).
Mesmo
assim, nada parecido com a Medalha por Serviços Distintos, que agraciou
mais de dois milhões. E Brehznev foi o homem que criou a medalha dos 50
anos de membro do Partido, para a atribuir a si próprio no seu 75º
aniversário.
Nesta coisa das medalhas há também factos estranhos. Nos EUA, William Swenson foi proposto para a Medalha de Honra, quando o General Petraeus entendeu ser mais merecida a Cruz por Serviços Distintos (inferior), coisa que não aconteceu por o processo ter andado extraviado até Petraeus ser substituído. O Congresso americano já pediu desculpa pelo massacre dos Sioux Lakota em 1890, mas ainda há vinte das mais altas condecorações atribuídas pela nação a outros tantos participantes neste massacre.
No relato dado nos Hansard’s Parliamentary Debates das sessões da House of Lords entre 1841 e 1847, relativos às medalhas por serviço naval, o Conde Hardwicke apresenta uma moção contra estarem a ser agraciados homens mais novos e com feitos mais recentes que outros igualmente merecedores, mais velhos e referentes a feitos mais antigos.
Agora, a maior de todas as injustiças foi feita por Cameron, quando deixou o n.º 10 de Downing Street. Queixa-se Sir Alistair Graham, antigo chairman do Committee on Standars in Public Life, que Cameron agraciou, além de membros do seu governo, 24 membros do staff de Downing Street e é difícil sustentar que todos verificaram os critérios de atribuição das condecorações. E mais diz que ficou surpreendido por o gato Larry, residente no nº 10, não ter sido condecorado.
De facto, Cameron foi criticado por muitos nas redes sociais e noutros fora por não ter agraciado Larry com a OBE, por exemplo, como o felino mereceria. Aliás, não é difícil de crer nesta injustiça, vendo como são atribuídas condecorações, no Reino Unido como no nosso país.
Nesta coisa das medalhas há também factos estranhos. Nos EUA, William Swenson foi proposto para a Medalha de Honra, quando o General Petraeus entendeu ser mais merecida a Cruz por Serviços Distintos (inferior), coisa que não aconteceu por o processo ter andado extraviado até Petraeus ser substituído. O Congresso americano já pediu desculpa pelo massacre dos Sioux Lakota em 1890, mas ainda há vinte das mais altas condecorações atribuídas pela nação a outros tantos participantes neste massacre.
No relato dado nos Hansard’s Parliamentary Debates das sessões da House of Lords entre 1841 e 1847, relativos às medalhas por serviço naval, o Conde Hardwicke apresenta uma moção contra estarem a ser agraciados homens mais novos e com feitos mais recentes que outros igualmente merecedores, mais velhos e referentes a feitos mais antigos.
Agora, a maior de todas as injustiças foi feita por Cameron, quando deixou o n.º 10 de Downing Street. Queixa-se Sir Alistair Graham, antigo chairman do Committee on Standars in Public Life, que Cameron agraciou, além de membros do seu governo, 24 membros do staff de Downing Street e é difícil sustentar que todos verificaram os critérios de atribuição das condecorações. E mais diz que ficou surpreendido por o gato Larry, residente no nº 10, não ter sido condecorado.
De facto, Cameron foi criticado por muitos nas redes sociais e noutros fora por não ter agraciado Larry com a OBE, por exemplo, como o felino mereceria. Aliás, não é difícil de crer nesta injustiça, vendo como são atribuídas condecorações, no Reino Unido como no nosso país.
IN "O JORNAL ECONÓMICO"
28/07/18
.
Sem comentários:
Enviar um comentário