HOJE NO
"AÇORIANO ORIENTAL"
Trabalhadores alertam para missão
do Infarmed ficar em perigo com deslocalização
A comissão de trabalhadores do Infarmed
alertou para o perigo de a transferência da agência para o Porto pôr em
causa a missão daquele organismo, segundo as conclusões do grupo de
trabalho que avaliou o impacto da mudança.
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De
acordo com a edição de hoje do Jornal de Notícias (JN), o grupo de
trabalho criado pelo Ministério da Saúde concluiu que a mudança de
instalações para o Porto pode melhorar a produtividade e eficiência do
instituto, mas sublinhou que é preciso proteger os recursos humanos de
forma a garantir a continuidade da missão da agência.
Para
a comissão de trabalhadores do Infarmed, o relatório revela que “não
estão demonstradas, pelo grupo de trabalho, as vantagens técnicas,
científicas e objetivas desta deslocalização para a atividade do
Infarmed e para a proteção da Saúde”.
Em
comunicado, a comissão sublinha que, pelo contrário, o relatório
identifica “claramente que a saída dos atuais trabalhadores põe em causa
o cumprimento da missão do Infarmed, e essa missão é garantir aos
portugueses o acesso a medicamentos, dispositivos médicos e cosméticos
seguros, eficazes e de qualidade”.
“A
única eficiência que aponta como benefício da mudança para o Porto é a
junção de todos os serviços num único edifício”, referem os
trabalhadores, defendendo que tal poderia ser alcançado em Lisboa.
O
grupo de trabalho acredita que a deslocalização poderá trazer “maior
produtividade e eficiência” com a construção de instalações mais
adequadas, mas reconhece que a recusa dos trabalhadores em irem
trabalhar para o Porto poderá comprometer a missão do Infarmed.
No
entanto, o relatório refere que os riscos “são negligenciáveis” caso
sejam aplicadas medidas de compensação, tais como a atribuição de
subsídios de fixação, de deslocamento ou de residência.
Recordando
que 93% dos trabalhadores já disseram não estar disponíveis para ir
trabalhar para o Porto, a comissão de trabalhadores considera que não
existem incentivos capazes de os fazer mudar de opinião.
“Nem
o relatório do grupo de trabalho consegue negar que a saída dos atuais
colaboradores do Infarmed, com o seu conhecimento e experiência, terá um
impacto devastador para a contínua atividade do Infarmed da proteção da
saúde pública”, sublinha a comissão de trabalhadores.
Os
trabalhadores criticam ter tido conhecimento pela comunicação social
das conclusões do relatório final do grupo de trabalho e questionam se o
relatório teve a aprovação de todos os membros do grupo de trabalho.
A
comissão de trabalhadores também irá apresentar na terça-feira os
resultados do seu relatório de avaliação de impacto de uma eventual
deslocalização da Autoridade para a cidade do Porto.
A
deslocalização do Infarmed de Lisboa para o Porto foi anunciada em
novembro do ano passado pelo ministro da Saúde, tendo sido recebida com
surpresa e desagrado pelos trabalhadores do instituto.
O
anúncio foi feito depois de se saber que a candidatura do Porto a
receber a sede da Agência Europeia do Medicamento não tinha sido
vencedora.
Em dezembro de 2017, o ministro da Saúde criou um grupo de trabalho para avaliar esta deslocalização.
* Só se pode compreender esta ideia estapafúrdia como um saldo de contas a um qualquer lobi nortenho.
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