HOJE NO
"OBSERVADOR"
Eurodeputados querem Mark Zuckerberg no Parlamento Europeu
Esta quarta-feira, em Estrasburgo, os eurodeputados discutiram o caso Cambridge Analytica e o Facebook. De canto a canto da bancada houve um pedido à Comissão: "Zuckerberg tem de vir ao Parlamento".
Na sessão desta quarta-feira do Parlamento Europeu, dedicada ao caso “Cambridge Analytica e Facebook” os eurodeputados discutiram em Estrasburgo a proteção de dados dos cidadãos como defesa contra a manipulação de eleições. Da direita à esquerda do plenário, vários representantes dos países da União Europeia pediram à comissária europeia da Justiça, Věra Jouravá, para que o líder do Facebook fosse ao Parlamento Europeu.
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A propósito dos 2,7 milhões de europeus que tiveram os perfis copiados pela Cambridge Analytica (1,6 milhões no Reino Unido), os eurodeputados criticaram a rede social por não divulgar que os dados dos utilizadores tinham sido utilizados sem o seu conhecimento.
Jouravá, no início da sessão, disse que tinha falado com Sheryl
Sandberg, chefe de operações da rede social. Na conversa telefónica que
tiveram, a comissária pediu à executiva do Facebook para que Zuckerberg
aceitasse o pedido do presidente do Parlamento Europeu. “Trata-se de
reconstruir a confiança”, disse.
Enquanto que nas audiências do
criador do Facebook no Congresso americano, na passada
semana, falou-se na necessidade de legislação, numa comparação direta à
existente na União — o regulamento para a Protecção de Dados (RGPD) –,
em Estraburgo o caso foi diferente. “Em todo o mundo, os países estão a
olhar para o RGPD como inspiração”, disse Jourová quanto à lei.
Houve
elogios ao RGPD, mas os eurodeputados lembraram que a legislação, mas
como só vai ser plenamente aplicável a partir de 25 de maio. Só a partir
dessa data é que se poderá ver como a lei responderá a casos como a
Cambridge Analytica, lembraram os eurodeputados.
Quanto a uma
vinda de Zuckerberg à União Europeia, a resposta oficial da rede social
continua a ser aquela que o presidente executivo do Facebook deu em
entrevistas, depois de se saber do caso Cambridge Analytica. Para
Zuckerberg, as respostas às perguntas dos eurodeputados serão melhor
respondidas por outros representantes da empresa.
No final da
sessão, Jourová mostrou-se disponível para mais sessões sobre o tema,
mas quanto a ações da União Europeia contra a rede social, não foram
divulgadas mais informações.
87 milhões de perfis foram recolhidos pela empresa de análise de dados Cambridge Analytica em
2013. O objetivo foi utilizar a informação para criar publicidade
política específica para condicionar o resultado de eleições. Desde 2015
que o Facebook sabia que a Cambridge Analytica tinha recolhido e
mantido indevidamente os dados que ajudaram a campanha de Donald Trump.
Depois de, a 17 de março, o The Guardian, o The New York Times e o Channel 4 terem
exposto o caso, Mark Zuckerberg acabou por ir ao Congresso americano
responder a perguntas de congressistas. O mesmo tem sido pedido pelo
Parlamento Europeu, que não tem poder para exigir que
Zuckerberg deponha.
* A ignorância dos congressistas patenteada nas perguntas feitas a Zuckerberg, foi reveladora da miserável qualidade da aprendizagem e actualização daquela gente. No parlamento europeu há mais instrução mas não menos xenofobia.
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