TAP a preço de caramelos
A cidade do Porto vive um momento de
exuberância pela forma como é olhada pelo mundo e visitada pelas
pessoas, o que se comprova pelo molde apaixonado dos que saem do Porto
levando a cidade nos olhos. A TAP, utilizadora nacional do aeroporto Sá
Carneiro, é uma companhia aérea de referência, ideia que alguns
indicadores reforçam (veja-se a sua inclusão no "ranking" das
preferências do portal de viagens eDreams e as críticas abonatórias no
jornal norte-americano "Huffington Post"). Para factos pouco
subjectivos, sobram perguntas e pedras rubras na calçada.
O
que explica que a TAP despreze - até do ponto de vista económico e de
rentabilidade - o momento extraordinário que a cidade vive, repleta de
reconhecimento e referências e, uma vez mais, forte candidata ao prémio
de "Melhor Destino Europeu 2017", galardão que já alcançou em 2012 e
2014?
O que justifica que uma companhia de bandeira nacional com 50% de participação pública, olhe com desdém para a cidade portuguesa que mais visivelmente cresce aos olhos do turismo global, lesando os seus bolsos, as suas obrigações implícitas e o devido respeito pelo interesse nacional, versão coesão e versão desenvolvimento? Como se explica que a TAP continue a fazer tudo o que tem feito, há mais de uma década, para tentar arruinar - com dinheiros inteiramente públicos ou parcialmente privados - o aeroporto Sá Carneiro? Urge que o Estado ponha um fim aos "voos nocturnos" da TAP. Em nome do interesse de todos, a única solução que ganha caminho é a da recapitalização da empresa pela sua gestão pública de forma a readquirir o seu controlo estratégico.
O que justifica que uma companhia de bandeira nacional com 50% de participação pública, olhe com desdém para a cidade portuguesa que mais visivelmente cresce aos olhos do turismo global, lesando os seus bolsos, as suas obrigações implícitas e o devido respeito pelo interesse nacional, versão coesão e versão desenvolvimento? Como se explica que a TAP continue a fazer tudo o que tem feito, há mais de uma década, para tentar arruinar - com dinheiros inteiramente públicos ou parcialmente privados - o aeroporto Sá Carneiro? Urge que o Estado ponha um fim aos "voos nocturnos" da TAP. Em nome do interesse de todos, a única solução que ganha caminho é a da recapitalização da empresa pela sua gestão pública de forma a readquirir o seu controlo estratégico.
Centralização,
terceira travessia sobre o Tejo, novo aeroporto na margem sul.
Capitulação ou revolta. Porto/Vigo: com 120 km em distância e 147 km em
rota, a TAP foi a primeira companhia a fazer voos internacionais no
aeroporto de Vigo... e agora, muitos deles, quase ao preço dos caramelos
do "passado-pesetero" de Vigo ou Ayamonte. O preço a pagar: depois da
extinção das rotas para importantes cidades europeias, espera a TAP
contar com a bonomia da cidade do Porto quando se percebe que é bem mais
dispendioso sair do Porto na companhia aérea para diversos destinos,
comparativamente aos preços praticados pela TAP nas saídas do aeroporto
de Vigo? Haverá alguns exemplos inversos, obviamente, mas esses fazem
parte da sua obrigatória normalidade de encargos e das legítimas
expectativas e interesses do país face à participação pública na
empresa.
A Assembleia Municipal do
Porto cuidou dos interesses da cidade ao aprovar, maioritariamente, uma
moção contra as decisões da TAP e da ANA, reforçando a posição que Rui
Moreira tem vindo a defender. Mas tal como na TAP, pouca vergonha e meia
de letra. Lamenta-se que a CDU - concordando eu com a sua posição de
fundo - não tenha sido capaz de esvaziar o seu voto da ideologia,
preferindo continuar a aterrar na sua pista de sempre.
MÚSICO E ADVOGADO
IN "JORNAL DE NOTÍCIAS"
08/02/17
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