ESTA SEMANA NA
"VISÃO"
O romance improvável
das eleições francesas
Emmanuel Macron pode vir a ser o próximo presidente francês. E a história da sua vida amorosa podia dar um filme
Ele é bonito, inteligente, jovem e um poderoso candidato à
presidência de França. Ela é uma professora de francês aposentada, alta,
loira, avó de sete netos. São casados um com o outro e a imprensa
francesa não se capa de fazer capas com os dois, invariavelmente em
poses cúmplices e apaixonadas.
.
A história deste amor ainda não
deu um filme. Mas pode vir a dar. Sobretudo se Emmanuel Macron, que foi
ministro da Economia socialista, no Governo de François Hollande, vencer
a temida candidata da extrema direita, Marine Le Pen.
Macron,
que se apresenta como um independente, tem vindo a subir nas sondagens -
está com 20 por cento -, atraindo cada vez mais eleitores para os seus
comícios e captando apoiantes tanto à esquerda como à direita.
Aos
39 anos, Macron opõe-se veementemente às políticas anti-imigração de
Trump, é um europeísta convicto e um homem com uma sólida formação em
Economia, músico nas horas vagas e amante da cultura. Mas não será por
isso, ou apenas por isso, que a revista francesa Paris Match lhe dedicou
três capas nos últimos tempos, sempre ao lado da mulher e principal
conselheira Brigitte Trogneux, adorada, e por vezes ridicularizada, pela
imprensa do país.
A história de amor entre os dois já vem de há
muitos anos. Desde o tempo em que Emmanuel era aluno do secundário e
colega do colégio jesuíta de um dos três filhos de Brigitte, na altura
professora de francês e de teatro. Emmanuel era um jovem precoce que
tocava piano de forma exímia e convenceu Brigitte a ajudá-lo a escrever
uma peça de teatro. Para isso, o casal encontravam-se todas as semanas, à
sexta-feira. E terá sido aí que nasceu o amor. Emmanuel tinha 16 anos,
Brigitte 41. "Escrever juntos aproximou-nos muito", revelou a professora
reformada à Paris Match.
Assustados com a relação, os pais do
atual candidato levaram-no a mudar-se de Amiens para Paris. Ele
obedeceu, mas terá garantido a Brigitte que voltaria, para casar com
ela. O casal manteve a ligação, em longas conversas telefónicas. Até que
a mulher do candidato acabou por ceder: divorciou-se do pai dos três
filhos e foi para Paris, dar aulas. "Na altura pensei: se não fizer
isso, vou-me arrenpender para sempre", confessou.
Brigitte e
Emmanuel casaram-se em 2007 e na cerimónica o ex-Ministro da Economia
fez questão de agradecer aos filhos da mulher a compreensão e forma
generosa como o aceitaram na família. A relação com os sete netos
"emprestados" também parece ser bastante natural.
Murmura-se à
boca pequena, e à boca grande também, que Emmanuel Macron será
homossexual, logo o casamento não é mais do que uma fachada. O que o
próprio já veio a público negar de forme veemente.
Romance à
parte, é bom fixar este nome, e esta cara. Macron é a melhor hipótese de
a França, e a Europa, se manter contra as assustadoras políticas
xenófobas encabeçadas por Trump e Le Pen.
* Para bem da França.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário