A Avenida do Mar
Não faz sentido nenhum, num espaço nobre como aquele, estarem instalados a GNR, a Alfandega, a Capitania e a Polícia Marítima, a Direcção Regional do Comércio, e não sei mais o quê.
A
rua mais valiosa do Funchal é a Avenida do Mar. Para mais depois da
intervenção feita na baixa com grande sucesso e aprovação popular.
Aprovação e uso. Para tudo e para mais alguma coisa. Vai tudo bater à
Praça do Povo.
Depois de ter sido feita a Praça do Mar que é, e
não pode deixar de ser, uma praça pública e ter sido alargada a Avenida
Sá Carneiro para quatro faixas (há quem se tenha esquecido depressa o
que aquilo era antes, duas faixas e um parque de contentores que já ia
em cinco andares) e redefinida a Praça da Autonomia, falta concretizar a
continuação até São Tiago. Chegando junto à Zona Velha da Cidade. Sem
obstáculos, com circulação automóvel e com os autocarros a irem dormir
para outro lado. Fazendo desaparecer aquele monstro inestético que é a
Etar por ali ainda colocada.
Do outro lado, mais a oeste, igual
destino deve ser dado à Lota terceiro-mundista, fora de sitio, com uma
“pinturinha” própria de um prédio que parece já reservado para abater.
Depois
é transferir tudo o que é instituição pública da Avenida. Não faz
sentido nenhum, num espaço nobre como aquele, estarem instalados a GNR, a
Alfandega, a Capitania e a Polícia Marítima, a Direcção Regional do
Comércio, e não sei mais o quê. Quase todos eles edifícios desadequados
para as funções que hoje aquelas entidades exercem. A Alfândega, por
exemplo, creio que não ocupa nem um terço do prédio e a Direcção do
Comércio até já está fechada.
Para além da EEM (esta com poucas hipóteses de deslocalização) e um parque de estacionamento com três andares acima do solo.
Porque
ali devem é ficar pequenos hotéis, restaurantes, cafés, lojas de marca.
Transformávamos assim a Avenida no espaço público mais importante,
valioso e apetecível da cidade e da Região. Tal como outras capitais tem
a sua rua principal ou zonas turísticas de eleição. E garantíamos o
sempre necessário investimento, o desenvolvimento da actividade
económica, uma previsível apreciável dinâmica comercial, mais emprego e o
consequente aumento das receitas fiscais.
Quando decorriam as
obras de toda a frente mar tive a oportunidade de levar em sucessivas
ocasiões empresários para “in loco” constatarem o que ali se fazia e
estava previsto. Acrescentei-lhes que gostaria de ver aquela Avenida um
dia a funcionar nos moldes que descrevi acima. Foi com agrado que
verifiquei que já começaram a se instalar por lá perto como na Praça do
Mar e no Molhe. É um bom principio. Um bom pontapé de saída.
Falta
agora que as instituições publicas regionais continuem complementando o
trabalho ali já realizado e contribuam activamente para mudar as
instalações dos serviços do Estado e da Região para locais mais
adequados do que aqueles. E teremos uma Avenida do Mar lindíssima
(porque linda já está) e uma baixa da cidade do mais bonito que haverá
por esse mundo fora. Com a Zona Velha e as avenidas do Mar e Sá
Carneiro mais juntas. E cada vez mais vocacionadas e apetrechadas para
oferecer condições excepcionais para os turistas e para a população
residente. Assim a cidade evolui graciosamente, a Região turística
agradece, a economia cresce e os madeirenses aproveitam e desfrutam.
Não passa de um sonho? E não é sempre assim que tudo começa?
IN "DIÁRIO DE NOTÍCIAS DA MADEIRA"
30/12/16
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