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IN "EXPRESSO"
14/09/16
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Gratuitidade
dos manuais escolares
é um investimento
A
progressiva gratuitidade dos manuais escolares aprovada no Orçamento de
Estado de 2016, a partir de uma proposta do PCP, marca
indiscutivelmente o início do ano letivo. No ano letivo que agora se
inicia, as 80 mil crianças que ingressam no 1º ano do 1º ciclo têm os
manuais escolares gratuitos.
É sem dúvida uma medida de grande alcance social e político.
Constituindo
os manuais escolares um instrumento fundamental no processo
ensino/aprendizagem dos estudantes e respeitando o princípio
constitucional do direito à educação para todos, a gratuitidade dos
manuais escolares é algo que há muito se impunha.
Todos os anos,
em vésperas do começo das aulas, milhares de famílias têm inúmeras
dificuldades na aquisição dos manuais escolares e do material didático.
Os custos dos manuais escolares são incomportáveis para muitas famílias e
a ação social escolar não dá a resposta adequada. Portugal é um dos
países da União Europa onde as despesas da educação mais pesam sobre as
famílias.
A gratuitidade dos manuais escolares contribui também
para a efetiva igualdade no acesso e sucesso escolar de todos os
estudantes e para a gratuitidade do ensino obrigatório.
A
gratuitidade dos manuais escolares em todo o ensino obrigatório é algo
que o PCP tem vindo a propor e a defender, quer na perspetiva de
assegurar a gratuitidade de todo o ensino obrigatório, quer na
perspetiva de combate ao insucesso e abandono escolar. Defendemos também
a cedência a título definitivo dos manuais escolares, de modo a não
condicionar a relação entre o aluno e o livro. Por exemplo, no 1º ciclo,
os manuais escolares estão concebidos para os alunos poderem
inclusivamente escrever e desenhar.
Foi possível neste ano letivo
abrir uma porta e dar um pequeno passo, mas há ainda um caminho a
percorrer para se alcançar a gratuitidade dos manuais escolares em todo o
ensino obrigatório. O Orçamento de Estado de 2017 deve dar continuidade
a este caminho e alargar a gratuitidade dos manuais escolares a todos
os alunos do 1º ciclo.
Garantir a gratuitidade dos manuais
escolares não pode ser vista como uma despesa, antes como um
investimento nas crianças e jovens, um investimento no combate ao
insucesso e abandono escolar, um investimento na qualificação, um
investimento no desenvolvimento económico e social do nosso país.
IN "EXPRESSO"
14/09/16
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