03/02/2016

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HOJE NO  
"JORNAL DE NOTÍCIAS"

Ex-deputado detido para ser ouvido
 como vítima de assalto

José Eduardo Martins, ex-secretário de Estado e ex-deputado do PSD, revelou, esta quarta-feira, que foi detido e levado para uma cela por ter faltado a uma diligência em que seria ouvido como vítima no assalto à sua casa de férias, em Grândola. 
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Numa crónica publicada no Jornal de Negócios, intitulada "kafka e eu", o advogado contou que na passada quinta-feira, às "sete e meia da manhã", dois agentes da PSP à paisana tocaram à campainha da sua residência, em Lisboa, para darem cumprimento a um mandado de detenção. Sem grandes explicações, foi levado para uma cela no tribunal, onde aguardou uns minutos para ser ouvido. 
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"Tinha na véspera recebido a condenação em 204 euros de multa por não ter comparecido a uma diligência em Lisboa relativa a um assalto de Grândola", referiu o ex-governante. 
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O assalto à casa de férias - o quarto - ocorreu no ano passado. José Eduardo Martins fez queixa e foi posteriormente notificado para comparecer novamente perante as autoridades para, enquanto vítima, confirmar o testemunho que já tinha dado sobre o assalto. Mas como acabou por não comparecer, nem justificou a falta, o tribunal emitiu um mandado de detenção. 
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O ex-secretário de Estado contou que foi levado para uma cela, que, segundo lhe disseram, já tinha albergado um "ex-primeiro-ministro". Depois de "meia hora a olhar para as grades", foi levado perante uma oficial de Justiça que se limitou a perguntar se confirmava as declarações prestadas anteriormente e se queria acrescentar algo. E foi restituído à liberdade. 
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"Ao fim de mais de mais de 20 anos enquanto advogado comprovo que não é só a Justiça que é cega, mas sobretudo a sua mecânica, que além de cega é burra, ofensiva mesmo. Pela minha parte, lição aprendida: não me queixo mais", concluiu, na crónica. 

* Afirmações de um interveniente da justiça.


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