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"SOL"
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Procurador recebeu luvas
em conta secreta
Transferências de 300 mil euros para arquivar inquérito ao
vice-Presidente de Angola foram para uma conta que era desconhecida do
Banco de Portugal. Ex-procurador é suspeito de ter mandado apagar o nome
de Manuel Vicente no DCIAP e retirar documentos.
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SEM MEDO |
Orlando Figueira, o ex-procurador indiciado por
corrupção passiva, branqueamento e falsidade informática, recebeu um
total de 300 mil euros numa conta secreta do Banco Privado Atlântico
(BPA), da qual o Banco de Portugal não tinha conhecimento. Uma das
tranches – que tiveram origem numa sociedade da esfera da Sonangol –
chegou no dia exato em que arquivou uma investigação contra Manuel
Vicente, então presidente da petrolífera, que é suspeito de corrupção
ativa.
O antigo magistrado está preso preventivamente desde quinta-feira, no
Estabelecimento Prisional de Évora, por existir perigo de fuga e de
perturbação do inquérito.
O Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) acredita
que o antigo procurador daquele departamento não só arquivou o processo a
pedido do governante angolano – e do advogado que o representa em
Portugal, Paulo Amaral Blanco – como mandou apagar dos autos a
referência ao nome de Manuel Vicente. Em troca, além das transferências,
Figueira passou a receber, a partir de 2012 (quando pediu uma licença
sem vencimento do Ministério Público), uma avença mensal do BCP, de
3.000 euros.
O Ministério Público acredita que Orlando Figueira arquitetou o
arquivamento do inquérito e que, propositadamente, desentranhou
documentos do processo – sem terem ficado lá cópias – e mandou apagar o
nome de Manuel Vicente do processo.
* Queremos destacar o seguinte, no tempo ainda curto da nova PGR, Joana Marques Vidal, os processos andam e não olham a nomes, nas vigências anteriores muitos eram arquivados.
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