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"OBSERVADOR"
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O primeiro orgasmo do cinema
foi há 82 anos
Hedy Lamarr interpretou o primeiro orgasmo feminino de sempre, no filme "Ecstasy", nos anos 30. A atriz abriu o caminho para o cinema moderno e nós mostramos outras interpretações mais recentes.
Hedy Lamarr ficou conhecida na história do cinema como a Ecstasy Girl. Porquê? Porque foi a primeira atriz a interpretar um orgasmo num filme não pornográfico, em 1933, conta a revista Time.
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Oito décadas separam o filme checo Ecstasy do recente Fifty Shades of Grey e
a verdade é que a interpretação da atriz Hedy Lamarr nos anos 30 foi
marcante e sobretudo audaz — catapultou-a para o estrelato
internacional.
Antes do filme, Hedy Lamarr era Hedy Kiesler, mas o impacto do papel que interpretou levou-a a trocar de apelido. Em Ecstasy, interpreta a personagem Eva, uma jovem mulher que estava casada com um homem mais velho,
que era também impotente. A determinada altura do filme, Eva nadava nua
num lago quando o cavalo que a trouxe até ali fugiu e lhe roubou as
roupas.
A jovem corre nua pelos campos atrás do cavalo, protagonizando uma cena
de nudez que nos anos 30 era considerada irreverente. Mas o filme não se
ficou apenas pela nudez e colocou a atriz a interpretar o primeiro
orgasmo feminino da história do cinema — ainda por cima, na cena envolve-se com um homem mais novo, trazendo para a trama mais um assunto polémico, o adultério.
Na altura, esta passagem do filme chocou e dividiu as audiências. Mas
hoje não provocaria qualquer tipo de polémica. Nela, apenas é filmado,
de vários ângulos, o rosto da jovem, que termina a cena fumando um
cigarro.
No festival internacional de Veneza, o filme foi recebido com entusiasmo. Mas nem todos gostaram. A Time conta que o Papa denunciou a cena no jornal do Vaticano.
O marido de Hedy Lamarr quis queimar todas as cópias e nos Estados
Unidos o filme só foi exibido sete anos depois, ainda assim num número
limitado de salas. Foi para os EUA que Hedy acabou por ir, fugindo do
seu marido, um homem tido como controlador.
A atriz austríaca foi
pioneira na exposição da sexualidade feminina. A Time conta que, mais
tarde, Hedy veio dizer que na altura do filme era apenas uma jovem com 18 anos
e que a inexperiência a levou a entregar-se ao papel sem medir muito
bem as consequências disso. A personagem seguiu-a durante anos e acabou
por rotular a sua imagem.
Tratava-se de uma injustiça. Hedy Lamarr era inteligentíssima: inventou e patenteou, com a ajuda de George Antheil, um
dispositivo que conseguia alterar as frequências dos sinais de rádio,
uma espécie de sistema de comunicações secreto que impedia os inimigos
de descodificarem mensagens durante a Segunda Guerra Mundial.
Não chegou a ser utilizado nessa altura, mas tornou-se num passo
importante no que diz respeito ao desenvolvimento da tecnologia. Só em
1997 é que Lamarr e o seu parceiro receberam o prémio pioneiro da
Eletronic Frontier Foundation.
A atriz, que morreu em 2000 com 85
anos, abriu o caminho para o cinema moderno, que depois daquela cena
inicial foi inundado com vários filmes e interpretações de orgasmos
femininos.
* A história da humanidade faz-se com todos os acontecimentos, os bons e os maus, este orgasmo foi bom para o cinema e para as pessoas, perderam-se falsos pudores. Pio XI, o papa da época, não gostava de orgasmos, bastava ejacular o necessário para fazer filhos.
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