..
HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS
DA MADEIRA"
Estudo detecta metais pesados
. prejudiciais à saúde em pellets
. sem certificação
. prejudiciais à saúde em pellets
. sem certificação
Zinco, chumbo, ferro e arsénio são alguns dos metais pesados descobertos nos materiais à venda no mercado nacional
Um estudo da Universidade de Aveiro hoje divulgado
detetou metais pesados prejudiciais à saúde em pellets para aquecimento,
sem certificação, que estão à venda no mercado nacional.
.
Zinco, chumbo, ferro e arsénio são alguns dos metais pesados
descobertos em alguns tipos de pellets disponíveis no mercado, que a
equipa de investigação atribui à utilização, como matéria-prima, de
resíduos de madeiras provenientes da indústria mobiliária e da
construção civil, que contêm colas e tintas ou que foram tratadas com
biocidas para evitar a infestação.
Sem legislação que regulamente o fabrico deste biocombustível e,
principalmente, que proíba o uso de metais pesados na sua composição, as
pellets fabricadas em Portugal, face ao preço elevado dos combustíveis
tradicionais, são cada vez mais utilizadas em recuperadores de calor
doméstico.
"É fundamental a adoção por todos os estados membros [da União
Europeia], à semelhança do que já fizeram, por exemplo, a Dinamarca, a
Suiça, a Áustria ou a Alemanha, de normas que restrinjam a utilização de
determinadas matérias-primas no fabrico de pellets", conclui Célia
Alves, a investigadora que liderou a investigação.
A equipa do Centro de estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) da UA
queimou quatro tipos de pellets, um dos quais certificado pelo selo de
qualidade EN-Plus, da responsabilidade da Associação Nacional de Pellets
Energéticos de Biomassa (ANPEB) e que garante que o biocombustível,
ligeiramente mais caro, é feito apenas com madeira sem casca e sujeito a
testes físicos e químicos.
"Enquanto os pellets certificados pela ANPEB cumprem os limites de
emissão em vigor em países onde a certificação dos equipamentos de
combustão e dos biocombustíveis é exigida, e não se detetam metais nas
partículas emitidas, os restantes três tipos superaram os limites de
emissão e as partículas revelaram a presença de metais pesados", aponta
Célia Alves.
Entre as pellets sem o selo EN-Plus queimadas pelos investigadores do
CESAM, vários metais pesados, tais como zinco, chumbo, ferro e arsénio,
foram encontrados nas partículas emitidas, sendo "o arsénio o mais
perigoso, em termos de saúde pública, já que a intoxicação aguda
provocada pela inalação daquele metal "provoca sérios problemas
digestivos, hepáticos, renais, cardíacos e encefálicos que evoluem
rapidamente".
A exposição crónica a doses baixas de arsénio pode mesmo conduzir ao aparecimento de cancro.
* Podemos inferir que o governo ao não regulamentar a produção deste biocombustível, comete crime por negligência contra a saúde pública. Num verdadeiro "Estado de Direito" seria assim.
Sem comentários:
Enviar um comentário